DIVISÃO DE LUANDA: MPLA APELA A UNITA A NÃO INTERVIR NOS ASSUNTOS INTERNOS DO PARTIDO

Após pronunciamento, em comunicado, da UNITA sobre a pretensão do partido no poder em realizar um congresso extraordinário onde se irá abordar sobre a divisão de Luanda em duas provinciais, o Grupo Parlamentar do MPLA reagiu neste sábado, 29, de igual modo, esclarecendo que o maior partido na oposição não tem competências para opinar acerca, sendo um assunto interno do MPLA. Chegando mesmo a acusar que tal posicionamento é característico do Galo Negro, com objectivo de criar confusão e fomentar instabilidade.

REDACÇÃO JORNAL HORA H

LEIA O COMUNICADO DO MPLA NA ÍNTEGRA

O Grupo Parlamentar do MPLA tomou conhecimento do comunicado do Grupo Parlamentar da UNITA, em reação à decisão da 10.⁠ª Sessão Extraordinária do Secretariado do Bureau Político do Comité Central do MPLA, que decorreu no dia 21 de Junho do corrente ano, que deliberou sobre a necessidade da realização de um congresso extraordinário do MPLA e sobre a alteração da organização territorial da província de Luanda, e vem perante à opinião pública nacional esclarecer o seguinte:

1. Na tradição dos partidos democráticos, a realização de um congresso é decisão dos seus militantes, sendo assunto interno de cada partido;

2. No caso do congresso extraordinário, cujo processo de convocação terá início brevemente, o MPLA pretende, nele promover, uma profunda reflexão sobre o percurso, as conquistas e os desafios que o nosso país tem enfrentado nos cerca de cinquenta anos de independência, bem como convidar a sociedade a refletir sobre o futuro que juntos queremos construir para todos os angolanos;

3. Maior estranheza não poderia haver, quando um partido que se diz democrático, não só se manifesta contra a reflexão que se pretende fazer, como se imiscui, com infundadas especulações, na vida interna de outro partido a quem não tem lições a dar;

.4 Quanto ao modelo de organização político-administrativo da província de Luanda, matéria que seguramente é do interesse de todos os angolanos e, particularmente, dos residentes na província de Luanda, o MPLA considera pertinente promover esta reflexão tendo em conta os desafios que esta província

tem, particularmente devido a sua crescente densidade populacional, e as exigências dela decorrentes, para a prestação de serviços de qualidade e a satisfação das necessidades das populações;

5. Apesar da reacção confusa do Grupo Parlamentar da UNITA, o Grupo Parlamentar do MPLA, no quadro do exercício dos direitos que a lei hle confere, irá apresentar à Assembleia Nacional, as suas propostas quanto a organização político- administrativa da província de Luanda e aguarda a contribuição de todos os deputados num espírito democrático e de pluralismo de opinião;

6. O Grupo Parlamentar do MPLA não confunde o processo de organização administrativa do território com o de institucionalização das autarquias, e reitera o seu responsável compromisso e engajamento para com os trabalhos em curso na Assembleia Nacional com vista a conclusão do pacote legislativo autárquico;

7. Apesar da nossa estranheza, a reacção do Grupo Parlamentar da UNITA, não constitui novidade, considerando que é prática deste partido promover a confusão na opinião pública com vista a facilitar os seus intentos de fomentar a instabilidade;

8. Fica mais uma vez demonstrado que, ao invés de fazer uma oposição construtiva por via de um debate plural nas instituições democráticas, a UNITA privilegia uma narrativa propensa a criação de uma situação de subversão da ordem pública;

9. O Grupo Parlamentar do MPLA reitera o seu compromisso de continuar a promover o debate são, aberto e democrático sobre todas as questões importantes para a melhoria da vida dos angolanos de Cabinda ao Cunene, e apela aos cidadãos a continuar a manter a sua confiança nas instituições democráticas bem como uma postura cívica, participativa e patriótica com vista construção, permanente, de uma Angola próspera para todos.

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