MARCOS NHUNGA “CONTINUA SE FAZER DE SURDO”: MALANJE A BEIRA DE COLAPSO POR MÁ GOVERNAÇÃO
A província de Malanje, uma das mais “repleta”, com sítios turísticos, a sua a população vive de forma precária e sem quaisquer condições, situação que levanta como causas a ineficácia das políticas públicas, e a má governação de quem por ali passa.
FRANCISCO MWANA ÚTA
Segundo a fonte do Jornal Hora H, falta quase tudo nesta província, desde infra-estruturas sociais, saneamento básico, estradas, e até mesmo o líquido mais precioso falta, água potável.
O plano de desenvolvimento da província que deveria garantir qualidade de vida à população, não existe.
A má governação do executivo local, segundo apuramos, não estimula os quadros e habitantes locais, contribuírem para o engrandecimento da província, principalmente no aproveitamento das potencialidades locais, que podem colocar a região nos patamares de desenvolvimento sustentado.
A qualidade da governação das instituições do Estado nesta província, não garantem a provisão de serviços públicos para os mais carenciados e para orientar o processo de desenvolvimento económico e social.
O governador local, Marcos Nhunga, que em Cabinda deixou triste recordação, (derrota do MPLA nas eleições de 2022 ao eleger um deputado no círculo provincial), contínua nestas paragens, (Malanje) se fazer “surdo não presta atenção sequer das graves condições de vida em que vivem as populações locais”.
Malanje, apesar de ser uma região potencial na agricultura, a situação social da maior parte dos habitantes nos 14 municípios, agrava-se a cada dia que passa, estando o número de pobres a viver em condições lastimáveis a multiplicar-se a cada instante.
Os relatos dos mais de 986.363 habitantes, segundo censo de 2014, nos municípios de Cacuso, Cahombo, Calandula, Cambundi-Catembo, Cangandala, Kiwaba Nzoji, Kunda-Dya-Baze, Luquembo, Malanje, Marimba, Massango, Mucari, Quela e Quirima, reflectem exactamente a precariedade socioeconómica com que se debatem as populações.
Mesmo como o Presidente João Lourenço, ter anunciado no final de 2018, que a agricultura familiar iria, finalmente, merecer a atenção devida por ser responsável pela produção de mais de 80% dos bens de origem agrícola de produção nacional, o antigo ministro da Agricultura e Floresta (actual governador de Malanje), olha com pouca atenção este sector a nível da província de Malanje.
Milhares de camponeses nos 14 municípios, estão com dificuldades de escoar os produtos do campo para os mercados, pelo mau estado das vias e falta de transporte.
A dificuldade de escoamento dos produtos tem resultado na deterioração de muitas culturas alimentares, a mandioca, feijão, ginguba, milho, batata-doce e rena e hortaliças como as culturas mais produzidas na província, mas que rendem pouco, porque não são comercializadas, servindo apenas para o consumo local dos munícipes.
Para além dos camponeses locais não disporem de condições próprias para levar a produção à cidade, os comerciantes locais também não se interessam em adquirir os meios para a revenda.
TURISMO UMA CONVERSA PARA O BOI DORMIR
Por falta da capacidade e o desinteresse das autoridades locais, especialistas em turismo de nacionalidades norte-americana e francesa, residentes na Namíbia, estão interessados em impulsionar o desenvolvimento do sector turístico em Malanje, através da criação de projectos de atracção.
“As autoridades locais dão importância este sector. Dada a magnitude das belezas naturais desta província, a comunidade internacional manifestou o interesse de investir neste sector em Malanje”, disse o ambientalista, Salvador Sivino Boa.
Segundo este ambientalista, Malanje tem muitas potencialidades turísticas, mas pouco exploradas por dificuldade de acesso, pelo que, o Governo está com muitas dificuldades para asfaltagem das vias que ligam os pontos de atracção.
“A atenção dos governantes está apenas virada na dilapidação do erário público. Olhar no turismo como sendo um sector indispensável para o desenvolvimento do País, não lhes interesse”, acrescentou o ambientalista.
O economista, Santos Paulo Ngonga, lamentou a fraca capacidade de alojamento para turistas, porquanto actualmente a província conta com apenas 46 unidades de alojamento, entre hotéis, pensões, hospedarias e similares, que compreendem menos de 700 quartos, número insuficiente para satisfazer a demanda de turistas.
“A província conta com vários pontos turísticos, com destaque para as quedas de Calandula, dos Bens Casados, de Kadiheke e de Mussele, Pedras Negras de Pungo-Andongo, Mesa da Rainha Njinga a Mbande, rápidos do Kwanza, Santuário da Palanca Negra Gigante, entre outras e consta das sete maravilhas de Angola. Mesmo com esta riqueza, não há preocupação das autoridades locais em ajudar o sector para desenvolver a província”, acrescentou o economista.
A IMPUNIDADE MORA AQUI
Uma boa parte dos empreiteiros que receberam as obras no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), não conseguem de concluir as mesmas.
As autoridades centrais que vistam a província, mostram-se desapontado com a má qualidade de algumas obras em curso e a paralisação de projectos inseridos no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), na província de Malanje.
O antigo, secretário de Estado para a Administração Local, Márcio Daniel, chegou mesmo a reconhecer que “a situação do PIIM em Malanje era preocupante, a província foi contemplada com 133 projectos e tem um saldo negativo de 53 projectos paralisados”.
“De lá para cá não foram tomadas medidas para estas empresas que não concluem as obras porque?”, interroga-se o munícipe, Adão Kiangala, frisando os donas das empresas, são figuras influentes no País.
Segundo este munícipe, o Ministério das Finanças (MINFIN) anunciou suspender 15 empresas por incumprimentos contratuais de execução das obras do Plano Integrado de Intervenção nos municípios (PIIM), mas o “nó nem acta e nem desata”.
Este jornal tentou contactos com o governo da província para reagir a informação, estes nunca estão disponíveis para atender um órgão privado.
Refira-se que a província de Malanje, situada no planalto norte de Angola, tem uma extensão de 97.602 Km2 e uma população de cerca de 986.363 habitantes, segundo censo de 2014.
É constituída por 14 municípios, nomeadamente Cacuso, Cahombo, Calandula, Cambundi-Catembo, Cangandala, Kiwaba Nzoji, Kunda-Dya-Baze, Luquembo, Malanje, Marimba, Massango, Mucari, Quela e Quirima.
Malanje é limitada a norte pela província do Uíge e pela República Democrática do Congo, a sul pela província do Bié, a leste pelas províncias da Lunda Norte e Lunda Sul, a oeste pelas províncias do Cuanza Norte e Cuanza Sul, respectivamente.