DESORGANIZAÇÃO DO BNA CRIA PREJUÍZO DE MAIS DE UM BILHÃO DE KWANZAS
O empresário angolano Edson de Oliveira da “Xtagiarious finances”, ligada a apostas e depósitos a prazo, disse em exclusivo ao Jornal Hora H que a desorganização do Banco Nacional de Angola criou um prejuízo de mais de um bilhão de Kwanzas à sua instituição
ESCRIVÃO JOSÉ
Edson de Oliveira afirmou que antes de começarem com as actividades havia contactado as super – estruturas do Banco Nacional de Angola (BNA) e o Mercado de Capitais, “mas infelizmente o nosso país não tem uma lei que regule esta actividade”.
“Ao constatarmos que não existem leis que regulam esta actividade, endereçamos uma carta ao governador do BNA, José de Lima Massano, para nos passar uma licença para o exercício dos nossos serviços e evitar estes problemas que existem actualmente porque capital a Xtagiarious tem”, frisou Edson.
De acordo com o empresário, neste processo todo, “o governador do Banco Nacional de Angola não estava no país e a Dra. Ana Maria de Oliveira, que é a directora do gabinete do governador do BNA, José de Lima Massano, marcou uma reunião com a Xtagiarious finance; ela estava acompanhada de mais duas funcionárias e nós explicamos como é que funcionava a nossa instituição e no final da mesma lavrou-se uma acta para não ficar no disse que não disse”.
Continuando a sua explanação, explicou que, “depois da reunião que tivemos, achamos que não havia uma outra instituição que pudesse submeter a decisão do BNA, porque a directora Ana Maria de Oliveira disse-nos que podíamos continuar a trabalhar até que esta actividade fosse regulamentada pela Comissão de Mercado de Capitais (CMC) porque não era da competência do BNA dar licenças para o exercício do mercado de capitais”.
Assim sendo, “da reunião que tivemos, ficou lá por escrito que nós levamos uma cópia à Comissão de Mercado de Capitais e reunimos com os representantes das finanças do CMC, o Dr Emiliano Malengue, Joceline Paquete e mais uma outra senhora; nós apresentamos o documento que o BNA deu alegando que não era da competência deles a cedência da licença dos serviços que pretendíamos fazer e cabia ao Mercado de Capitais resolver a situação. Mas as pessoas com quem reunimos foram unânimes em dizer que nós podíamos trabalhar à vontade e comentaram que eles acompanhavam as taxas de juros que cobrávamos quando era de 40% e pensavam que iríamos subir mas como descemos não havia problemas”, disse Edson de Oliveira.
O empresário afirmou ainda que Joceline Paquete aconselhou a Xtagiarious finaces a fazer uma proposta e apresentá-la à Assembleia Nacional para poder regular.
COMUNICADO DO BNA SOBRE A IRREGULARIDADE DA XTAGIARIOUS
“Na verdade, o comunicado do Banco Nacional de Angola é um boicote e isso revela duas coisas sobre o BNA: primeiro, aquela instituição está abarrotada de pessoas de má – fé, porque não se admite que a directora do gabinete do governador do BNA informe uma coisa e volta e meia alguém abaixo dela faz um comunicado daquela natureza”, lamentou Edson.
“Depois do comunicado do Banco Nacional de Angola que dizia que a nossa actividade é ilegal, nós fomos ter com a directora do gabinete do governador, Ana Maria de Oliveira, que nos disse que ela não sabia que a instituição havia feito aquele comunicado e isso revela desorganização”, frisou o empresário.
“Portanto não estou a dizer que o BNA é desorganizado, mas nesta operação Xtagiarious houve má – fé, ou existe uma desorganização que só se revelou neste caso”, acusa Edson de Oliveira.
O empresário que alega estar endividado com os clientes acrescentou que quando viu o comunicado, contactou às 5 horas da manhã Eduardo Kissanga, uma das figuras de proa do BNA, para pedir esclarecimentos. O mesmo foi peremptório em dizer que também não tinha conhecimento da referida informação porque estaria a interinar a directora do gabinete do governador José de Lima Massano a partir daquele dia. “Portanto, o doutor Eduardo Kissanga não veio da Europa ou da Ásia para dizer que não tinha domínio do que estava a acontecer”, sublinhou Edson.
“A Xtagiarious entrou num mundo de negócios de pessoas que não querem perder negócios e nós não entramos para retirar negócios de ninguém, mas muitos começaram a associar a minha imagem com pessoas do regime e até chegaram a dizer que eu era ‘testa-de-ferro’ de alguém”, disse Edson de Oliveira com tristeza no semblante.
O empresário disse ainda à TV Hora H que os seus inimigos, quando fizeram o levantamento e deram conta que não tem uma ligação política com nenhum partido, começaram a mexer as peças para odestruire a pergunta que não se calava era: de onde é que o dinheiro sai?
“Aí começaram a dizer como é que esta pessoa consegue convencer os clientes a aplicarem cem mil, um milhão, na Xtagiarious e nos nossos bancos não?”, comentou o empresário em forma de desabafo.
PERSEGUIÇÃO A XTAGIARIOUS
“Eu não conheço ninguém e não me interessa conhecer os grandes barões da banca, porque para receber um crédito há muita burocracia e eu só tentei uma vez fazer um crédito e o que passei não foi um bom exemplo”, afirmou o empresário, acrescentando que “a Xtagiarious finance é uma empresa que tem várias licenças gigantes que muitos desses senhores não têm, mas usam o poder que têm para parecer que possuem, enquanto nós trabalhamos com os nossos documentos, dinheiro e até investimos na agricultura durante muito tempo com os nossos fundos, e tenho a certeza que o nosso negócio acabou incomodando alguém”.
“Agora se são detentores de bancos, amigos, simpatizantes ou alguém que está focado para que a Xtagiariuos e o dono da mesma empresa desapareça, saiba que o nosso combate é a diminuição da fome, pobreza e desemprego”, disse Edson de Oliveira ao Hora H, frisando que “em nenhum momento eu me pendurei em projectos de alguém para estar aqui; o que estou a fazer é fruto do meu trabalho, do sonho que desenhei durante muito tempo e conheço muito bem a luz no fundo do túnel”.
“Gostaria de pedir que me deixem em paz para que eu continue a fazer o meu trabalho e as pessoas devem se acostumar a receber e eu já recebi vários, não em vários sectores da vida. Portanto as pessoas que eu neguei estarem dentro da minha empresa devem saber que o não faz parte da vida”.
O empresário salientou ainda que tem condições de ser accionista da banca comercial angolana, apesar de ser uma aposta muito comprometedora, “mas estamos dispostos a ir para esta luta”.
PREJUÍZOS CAUSADOS PELO COMUNICADO DO BNA
São muitos prejuízos que a Xtagiariuos finances estÁ a ter desde que o BNA fez o referido comunicado, os clientes desfizeram os contratos porque o comunicado foi bem claro e afirmava: “As empresas que têm contractos com a Xtagiariuos devem-se afastar” e “nós tínhamos instituições onde investimos quarenta milhões de Kwanzas e não retiramos nenhum Kwanza”, lamentou Oliveira.
“Depois de pagarmos os nossos clientes, o próximo passo será a Xtagiariuos finaces processar o Banco Nacional de Angola por prejuízos que até agora são incalculáveis”.
De acordo com as palavras de Edson de Oliveira, a questão entre o BNA e a Xtagiariuos ainda não é uma questão jurídica; “por isso é que reunimos ainda com a directora do gabinete, caso contrário, iríamos reunir com a área jurídica do Banco Nacional de Angola, até aqui ainda não há uma ilegalidade”.
Questionado se o BNA tinha que fazer um comunicado a revogar o anterior, Edson de Oliveira disse que é impossível porque a arrogância tomou conta deles, é como o erro médico em que ninguém consegue repor os danos; portanto o BNA se apercebeu do estrago que causou a Xtagiariuos. “Comecei a ligar para todos os funcionários daquela instituição a partir das 4 horas e só às 6 horas é que eles assumiram que foi um erro deles, mas ninguém aparece a assumir o erro contra nós publicamente”.
“Eu gostaria de saber quem é a pessoa que escreveu aquele comunicado, quem o autorizou, uma vez que a direcção do BNA nega ter feito o referido comunicado, ou se realmente foi pago por alguém de fora para me prejudicar”, disse Edson de Oliveira.
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