ADALBERTO DA COSTA JÚNIOR PREOCUPADO COM O SILÊNCIO DE JOÃO LOURENÇO E CAROLINA CERQUEIRA E DA PGR SOBRE O ATAQUE A CARAVANA DOS DEPUTADOS
O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, defendeu sexta-feira, 12, que a presidente da Assembleia Nacional, Carolina cerqueira, deveria manifestar de “imediato” o ataque a uma caravana do seu partido, composto por deputados e vários dirigentes, apedrejados por indivíduos quando se deslocavam da localidade do Longa para o município do Cuito Cuanavale, na província do Kuando Kubango, havendo um morto e vários feridos.
ANA MENDES
“Também à presidente da Assembleia Nacional deveria manifestar-se de imediato, condenando as agressões físicas e as violações às Leis e à função do deputado”, lê-se na página de facebook, do presidente da UNITA que se encontra em missão de serviço no reino de Marrocos.
“E o mais grave é vermos agressões aos deputados, perante o silêncio do Presidente da República! Perante o silêncio da Procuradoria-Geral da República”, acrescenta o líder da UNITA solidarizando-se com os todos os deputados e a quantos os acompanham nestas XI Jornadas Parlamentares, que devem prosseguir apesar da intolerância dos “incompetentes que governam o País”.
O presidente da UNITA informou que, os deputados do Grupo Parlamentar da UNITA estão a trabalhar em todas as províncias do País, sob o lema “Pela democracia, cidadania e desenvolvimento inclusivo”.
“Para melhor cumprir as suas funções de representação das aspirações do povo, para melhor corresponder à elaboração de iniciativas legislativas, os deputados precisam de ir ao encontro das comunidades, precisam de fiscalizar as instituições e verificar o cumprimento do aprovado no Orçamento Geral do Estado”, referiu.
“As Jornadas Parlamentares devem ser regulares durante o mandato. Infelizmente assim não o entende o regime e o partido que o sustenta, que começou por ter inúmeros governadores a mostrarem desconhecer a obrigação de prestarem contas aos representantes dos eleitos”, acrescentou o líder do principal partido da oposição.
Na sua opinião, os deputados não precisam de qualquer autorização para exercerem a fiscalização aos actos de governação, sejam eles governadores, administradores ou ministros.
“Só exige autorização quem não conhece as leis e quem não tem cultura democrática. Quando assistimos ao triste espectáculo de membros do governo recusarem prestar contas ou receber deputados eleitos, a responsabilidade deve ser dirigida ao Chefe do Governo, o Presidente da República”, concluiu.
O ATAQUE
Uma caravana da UNITA composta por deputados e vários dirigentes locais foi apedrejada por vários indivíduos quando se deslocava do Longa para a povoação do Cuito Cuanavale, no Kuando Kubango, havendo um morto a registar, confirmou ao Novo Jornal fonte do partido do “Galo Negro”.
Neste mesmo incidente três dos elementos locais do maior partido da oposição ficaram gravemente feridos, acrescentou o deputado da UNITA David Kissadila. O “Galo Negro” assegura que antes da deslocação pediu apoio policial ao comando provincial da Polícia Nacional no Kuando-Kubango, mas este recusou, alegando que o faria no local de destino e não no percurso.
Entretanto, o líder do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka, acusou directamente o “regime” de estar por detrás deste ataque à caravana do partido do “Galo Negro”.
No seguimento destas declarações, o dirigente da UNITA diz que o MPLA tem estado a tentar inviabilizar as suas jornadas parlamentares no país inteiro e que este episódio trágico “demonstra isso mesmo”.
Liberty Chiyaka disse que o partido no poder apenas mostrou a sua “garra” inimiga. Segundo a UNITA, para além dos feridos, houve danos materiais e considera “muito grave” a situação que os seus deputados e membros da delegação da UNITA viveram esta manhã de sexta-feira, 12.
O “Galo Negro” acusa o Governo de usar os órgãos do Estado para inviabilizar as actividades do seu partido e promete responsabilizar os culpados. A UNITA promete trazer a público outros desenvolvimentos a respeito deste ataque que vitimou mortalmente um dos seus membros.