DEPOIS DA “MORTE ABSOLUTA” DO PRA-JÁ : A ENTRADA DE ABEL CHIVUKUVUKU PELA “JANELA E PELO TECTO” JÁ NÃO SERÁ PUBLICITADA
Com a morte “absoluta” do projecto político PRA-JA Servir Angola, na sequência do Tribunal Constitucional (TC), ter negado o provimento de recurso interposto pelo coordenador do projecto político PRA-JA Servir Angola, Abel Chivukuvuku, o influente político angolano vai procurar criar condições para sair “da porta ou da janela”, sem mais publicidade.
ESCRIVÃO JOSÉ
“Fecham-me a porta, entro pela janela. Fecham a janela, tiro a chapa e entro pelo teto e passo na mesma. Em 2022, passámos na janela pela Frente Patriótica Unida (FPU), em 2027 vamos passar pelo teto numa FPU mais forte e alargada”, defendeu sempre Abel Chivukuvuku.
Segundo o TC, o recurso extraordinário de revisão do Acórdão n.º 632/2020, está devidamente fundamentado.
“Por entender que o recorrente não indicou documentos novos ou supervenientes, “nem sequer juntou aos autos sentença transitada em julgado que se tenha pronunciado sobre a falsidade de tais documentos, nestes termos e demais constantes no acórdão 878/2024, o Tribunal Constitucional nega provimento ao recurso e, manter o despacho recorrido”, lê-se no documento.
Segundo o Tribunal Constitucional tal requerimento fundou-se na existência de documentos nos autos que foram determinantes para a prolacção do Acórdão e respectiva fundamentação, mas sem que a existência dos mesmos tivesse sido levada ao conhecimento do Recorrente para que, em homenagem ao princípio do contraditório, pudesse pronunciar-se sobre a sua natureza, admissibilidade e valoração nos autos.
O analista político, Cardoso Januário Suingui, disse que Abel Chivukuvku, perdeu muito tempo com este processo, que ele bem sabia que não tinha “pernas para andar”.
“Os resultados da UNITA e Frente Patriótica Unida nas últimas eleições de 2022, chamaram atenção ao partido no poder. Para o MPLA, Abel Chivukuvuku, é um animal político muito feroz”, argumentou lembrando, que com a CASA-CE teve resultados estrondosos e legalizando o PRA-Já seria um risco para o MPLA, ao Jornal Hora H.
“Quando diz fecham-me a porta, entro pela janela. Fecham a janela, tiro a chapa e entro pelo teto e passo na mesma. Em 2022, passámos na janela pela Frente Patriótica Unida (FPU). Ele, (Abel) vai dar uma surpresa”, acrescentou.
Uma fonte do PRA-JÁ Servir Angola, disse que a direcção do projecto político vai reunir de emergência, para traçar novos caminhos a trilhar.
“No que diz respeito ao PRA -JÁ Servir Angola, podem esquecer. Estamos pensar outras coisas que mais nos interessam”, disse a este jornal, um membro do projecto salientando que “dadas as manobras do regime em retirar da vida política de Abel Chivukuvuku, tudo, doravante, será feito sem muita publicidade”.
“Estamos à caminho para dar esperança aos angolanos. Não obstante as manobras do Tribunal Constitucional, já encontramos outra via para a nossa participação na vida política do País”, acrescentou a mesma fonte salientando que a entrada do político Abel Chivukuvuku, “pela janela ou pelo tecto, já não será publicitado”.
“Será uma entrada triunfal. Nos aguardam em 2027 e nas autarquias”, avisou a fonte.
De referir que Abel Chivukuvuku, foi membro e dirigente da UNITA, principal partido da oposição angolana de 1974 até 2012 e, em seguida, líder da coligação CASA-CE, para a qual conquistou 16 lugares na Assembleia Nacional e da qual foi afastado em 2019.
A CASA-CE perdeu, entretanto, a representação parlamentar e não conseguiu eleger nenhum deputado nas eleições gerais de 2022.
Chivukuvuku apresentou o PRA-JA em agosto de 2019, com a ambição de representar uma alternativa no panorama político angolano, mas a nova formação político não conseguiu ser legalizada junto do TC.