CASA-CE O FIM DE UMA AVENTURA POLÍTICA QUE TERMINA EM DESOLAÇÃO

A CASA-CE vai “desabar definitivamente”, sábado, 24, com o surgimento de uma nova plataforma política integrada pelos partidos Democrático para o Progresso da Aliança Nacional Angolana (PDP-ANA) e o Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA), ambos integrantes da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA- CE).

ESCRIVÃO JOSÉ

Segundo fontes do Jornal Hora H, nesta plataforma integra o Movimento de Unidade Nacional (MUN), que lançou em 2018, o seu manifesto político e tem aguardo a sua legalização como partido político no Tribunal Constitucional.

O presidente do Movimento de Unidade Nacional (MUN), Karl Manuel Mponda, disse recentemente que, Angola precisa de um partido político capaz de acabar com a hegemonia política do MPLA e instaurar no País “uma nova ordem social onde o cidadão é respeitado, onde o empresário promove negócios dando emprego e contribuindo com os impostos para a economia do país, uma sociedade que confere poderes ao parlamento para fiscalizar a acção do Governo”.

“O MPLA não tem mais nada a dar aos angolanos”, disse Mponda que é um empresário de sucesso.

“O acto terá lugar no dia 24 de Fevereiro numa das unidades hoteleiras da capital. Teremos uma plataforma política aspirante ao poder”, disse, o presidente do PDP-ANA, Abreu Capitão.

“Neste sábado os angolanos vão saber as linhas de força da nossa plataforma política”, acrescentou Abreu Capitão sem entrar em detalhes.

Com a saída do PDP-ANA, PNSA, PPA e Bloco Democrático, a coligação a Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE), fica apenas com dois partido, nomeadamente, PALMA e PADDA-AP.

A Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE) foi fundada em 2012 e congrega, actualmente, cinco forças políticas, nomeadamente PNSA, PALMA, PPA, PADDA-AP e PDP-ANA.

Para muitos analistas, a coligação CASA-CE chegou ao fim este trajecto político. Nas primeiras eleições que concorreram em 2012 tinham conseguido 6% dos votos, 8 deputados e 312,6 mil votos.

Em 2017, com o efeito Abel Chivukuvuku, que liderou a formação política, duplicou o número de deputados, passou para 16, conseguiu 9,5% do total da votação e mobilizou 640 mil votos.

“Em 2022, caiu estrondosamente, apenas 47 mil angolanos lhes entregam a sua confiança e ficou fora do Parlamento, passando de terceira para sexta força política do País. O modelo esgotou-se”, dizem os analistas.

Segundo analista político António Pataca, “pode também argumentar-se que a forma como as eleições foram disputadas, numa clara bipolarização entre a MPLA e UNITA, não ficava muito espaço para quem estivesse no meio desta disputa”.

“Previa-se uma queda, mas a forma como Manuel Fernandes se colocou perante as grandes questões, ora próximo do Poder, ora ao lado da oposição, não foi entendida pelos eleitores. Naquelas imagens que eram um partido de bom senso entre duas forças que queriam ser Governo”, acrescentou.

A CASA-CE fundada pelo político Abel Chivukuvuku, entretanto destituído da liderança em 2019, vivia uma crise sem precedentes com uma dívida de 200 milhões de ‘kwanzas’ e com partidos a concretizarem o seu desmembramento, sendo o Bloco Democrático o primeiro demissionário.

O pagamento ou não de uma dívida de cerca de 200 milhões de ‘kwanzas’ reclamada por uma empresa chinesa que forneceu o material da campanha eleitoral nas últimas eleições, foi um dos assuntos que mais fragilizou a CASA-CE.

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