REI MUANA UTA: “TSUNGO VEIO AGORA DA RDC E NÃO É REGEDOR DA SUA ITOMBA”
Sobre as acusações feitas pelo regedor Uidica Nzagi Tsungo, da regedoria de Suà Itomba, segundo as quais o rei Antônio Charles Muana Uta Kabamba VII terá inviabilizado o processo de ascensão da comuna do Cuango à categoria de município, aquela autoridade tradicional lamentou o facto, tendo adiantado que tudo é possível porque as autoridades tradicionais são como um contentor de lixo, ele aceita todo o tipo de resíduo.
Disse que tal como não existem estados sem oposição, nos reinados as coisas são também assim, é dali que desde muito tempo surgiram sempre vários núcleos a auto intitular-se como sendo da linhagem de Kabamba. Para o rei Muana Uta, que afirma não gostar de entrar em contradições e muito menos desprezar ninguém, Uidica Nzagi Tsungo, que veio recentemente da República Democrática do Congo (RDC), nem sequer é a autoridade da regedoria de Suà Itomba, como ele afirma.
“O regedor do Suà Itomba é o Sebastião, filho de Suà Ikomba, membro da família real”, observou Muana Uta, acrescentado que “os sobas do Kimbele devem tratar os assuntos desta municipalidade aqui e não em Luanda”.
Por isso esclareceu que a auscultação sobre a divisão política administrativa foi feita em todo o país e ele (Muana Uta) não fazia parte da comissão encarregue deste processo.
“Como é possível interferir neste caso?”, questiona, recordando que o rei Muana Uta nunca esteve no encontro em que se fez a aprovação e a elevação de sete das 31 comunas da província do Uíge.
Para o rei Muana Uta, é absurdo pensar que uma autoridade tradicional é capaz de dizer ao governador ou ao ministro da Construção para não construir estrada do Cuango, um processo inteiramente da responsabilidade do Governo que tem a ver com a construção e reabilitação de estradas.
Sobre a acusação de desvio de montante, que segundo o regedor, ter sido disponibilizado pelo Presidente José Eduardo dos Santos para a reparação da estrada Kimbele-Cuango, o rei Muana, que soltou uma gargalhada, adiantou que na vigência do malogrado Presidente o referido regedor que fez esta acusação não era angolano, vivia no Congo Democrático.
O rei Muana Uta resumiu estas acusações todas como sendo uma forma de usar negativamente o nome do rei para procurar apoio.
“Alguém os influenciou para chegarem até Luanda e de forma inocente perderam tempo para ir à capital do país para discutir um processo do Estado que está em acção”, referiu.
APELO
O rei Muana Uta apelou às autoridades tradicionais a desenvolverem a sua actividade livre de complicar a autoridade do Governo, mas antes pelo contrário devemos dar as nossas contribuições sempre que é necessário.
Lamentou o comportamento das três autoridades tradicionais que saíram do Cuango, passaram a sede municipal, romperam quilómetros para virem reclamar a ascensão da sua comuna à categoria de município.
É digno e recomendável que as autoridades tradicionais, um parceiro do Governo, exerçam o seu papel, sem se esquecerem de dar as devidas contribuições para o bem das comunidades.