“FUI EU QUE TROUXE NITO ALVES PARA LUANDA E O ENTREGUEI AO ESTADO MAIOR GENERAL” – HIGINO CARNEIRO

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O general das Forças Armadas Angolanas (FAA), Higino Carneiro, reiterou, num encontro com jovens estudantes, realizado pelo Movimento dos Estudantes Angolano (MEA), no passado Sábado, que foi ele que trouxe Nito Alves para o Luanda e o entregou no Estado Maior General, tendo o encontrado na região do Piri, nos Dembos, o Jornal Hora H sabe que as afirmações foram antes publicadas no seu livro lançado em 2021 e contestadas por algumas figuras entre eles o Jornalista Mariano de Almeida que entende que na altura HC não tinha competência militar “nem pulungunza” para capturar Nito Alves.

ANNA COSTA

Segundo o político do MPLA que entendeu ser constrangedor falar do 27 de Maio porque, segundo diz, aconteceu o que não devia ter acontecido, uma vez que, na altura era o comandante da direcção de unidade especial e membro do Estado Maior General, recebeu a missão de ir para a região do Piri, onde disse que sabiam que grande parte das pessoas envolvidas no processo tinham se refugiado e no meio destas buscas e operações que utilizaram foi possível capturar Nito Alves, afirmando mesmo que “fui eu pessoalmente que o trouxe para Luanda e o entreguei ao Estado-maior general”.

O político do MPLA, disse que foi um momento triste uma vez que conhecia a pessoa em questão, mas que não tinha outra escolha.

“ Era o fervor, também estávamos todos com a cabeça quente porque os grandes comandantes que nos dirigiam haviam sido mortos e queimados quase todos eles, então a reacção não podia ser outras se não perseguir todos que estavam envolvidos no processo e foi isso que fiz e conduzi o carro com os meus dois seguranças e um repórter da RNA”.

Sobre o assunto, o jornalista Mariano de Almeida, desmentiu categoricamente a narrativa de Higino Carneiro sobre a captura do político, numa publicação feita, esclarecendo que Nito Alves estava em casa, na Vila Alice, na Rua Almeida Garret, hoje Aníbal de Melo. Nito, segundo Mariano, entregou-se, pois, se ele entrasse na região dos Dembos, ninguém lhe apanhava e diz tratar-se de pura verdade que, quando Nito Alves era um verdadeiro Comandante, Higino Carneiro não era nada.

“Militarmente falando, o Higino Carneiro era um fecto de 15 dias ao lado do Nito”, afirmou o Jornalista

De acordo com Mariano, Nito Alves era dos poucos que conhecia a região dos Dembos, acrescentando que apenas um Monstro Imortal, o Bakalof, companheiros dele conheciam a zona. “Nem os flechas e comandos da tropa Tuga conseguiram capturar o Nito. É um cambomborinho como o Higino que iria capturar o Nito”?

Sobre a batalha do Cuito Cuanavale de 1987/88, HC disse que a UNITA reconhece as várias perdas de vidas e meios, bem como a sua derrota, mas que não estão em condições de explicar a população o que tinha acontecido de concreto, e que a UNITA estava lá com uma estrutura secundária das forças da “racista África do Sul”.

“ Os confrontos que se deu está escrito, nós até nem escrevemos ainda, quem escreve são os Sul-africanos e por essa razão é que a 28 de Agosto de 1988, a liderança sul-africana quer do governo presidente, ministro da defesa, relações exteriores, chefe do estado-maior general, chefe dos serviços de inteligência militar e também da segurança do Estado, reuniu-se nesse dia, e decidiram assinar a captura e a queda do aparthaeid, reconhecendo nesse documento que era ultra-secreto, que nós o temos hoje”.

De acordo com o político, em guerras, há perdas e vitórias e as vezes perder um combate não é a guerra toda, com essa reflexão, HC transmitiu a juventude que “nos confrontos com a força militar da UNITA muitas vezes perdemos, mas ganhamos sempre, por isso estamos aqui intactos”.

O político do MPLA disse que não permitiram que o país fosse dividido, uma vez que em 75 Savimbi proclamou a independência de Angola no Huambo, Holder Roberto no Uíge, mas que o acto tinha que ser proclamado na capital e durante este tempo, as FAPLA trataram de cumprir o seu papel, preservaram a independência, mantiver a propriedade do território Nacional, preservaram as conquistas alcançadas com base na independência até a altura que elas foram dissolvidas para dar lugar as novas FAA.

HC contou ainda que na qualidade de comande operacional e de todos os outros serviços da Força Aérea, foi ele quem planificou a operação denominada de Último assalto, nome segundo diz dado pela UNITA, quando a operação era denominada “Zebra”.

“ Nós realizamos esta operação em 1990 e demos o nome de operação Zebra, e o objectivo da operação era mostrar ao mundo que quem combatia a UNITA não eram os cubanos, nem os russos, eram os próprios angolanos, e fizemos a operação para chegar apenas ao limite de Mavinga. As pessoas que falam sobre isso e distorcem a história são aqueles que lá não estiveram e os que lá estiveram não querem se sentir derrotados, mas a verdade foi essa. Nós ganhamos e ganhamos bem.” disse Higino Carneiro.

“ Somente a vontade do líder da UNITA que fez a guerra perdurar. Eu não sou da UNITA, mas quem é da UNITA sabe o que se passou”, concluiu.

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