Os trabalhadores dos Transporte Colectivo Urbano de Luanda (TCUL), denunciaram ao Jornal Hora H, que existe uma máfia de desvios de valores e já é do conhecimento do Ministro dos Transportes Ricardo de Abreu que nada faz mesmo escrevendo reiteradas vezes para o seu Gabinete.

ANA MENDES
Na Tcul ganhamos 83.000Kz (Oitenta e três mil Kwanzas), mas no Ministério consta que ganhamos mais do que os ordenados que estão nas folhas de salário que os trabalhadores assinam e esperamos que esta denúncia chegue ao IGAE para investigarem e responsabilizar os infractores, disseram os funcionários.
“No Ministério dos Transportes contas que todas as rotas da TCUL custam no bolso dos cidadãos 50kzs (Cinquenta Kwanzas), mas há rotas que cobramos 100kzs (Cem Kwanzas), como a do Benfica até aos Ramiros, 700kzs (Setecentos Kwanzas), da Estalagem até a Vila da Muxima, 300kzs (Trezentos Kwanzas), do Bairro Estalagem até a Vila de Catete município do Icolo e Bengo e outras linhas, mas no Ministério dos Transportes consta apenas 50kzs para todas as vias e não sabemos onde vai o resto do dinheiro” afirmaram os homens do volante da TCUL.

Recentemente, os trabalhadores foram obrigados a paralisar por algumas horas os trabalhos porque o responsável que controla as chaves havia escondido as mesmas para exigir os valores que o Ministro dos Transportes havia disponibilizado para estimular os funcionários e o dinheiro não chegou aos destinatários e os chefes compraram viaturas de luxo e fizeram subir os seus salários, disseram os homens do volante.
De acordo com os funcionários, a Tcul é uma empresa que produz no mínimo 112.000.000kzs (Cento e Doze milhões de Kwanzas), por dia fora do aluguer, o inter-provincial e o intermunicipal pode chegar a 190.000.000,00 ou 200 milhões por dia.
Com este rendimento diário porque que nós os trabalhadores somos submetidos em péssimas condições e com salários miseráveis? Questionam e acrescentam que não conseguem engolir tamanha injustiça.
Só para terem noção, cada cobrador da TCul produz mais de 22.000.000,00 (Vinte e dois milhões de Kwanzas), por mês e com a paralisação dos serviços na empresa, os efectivos do IGAE e do SIC deslocaram-se a Transporte Colectivo Urbano de Luanda, e encontraram os 500.000.000,00 (Quinhentos Milhões de Kwanzas) disponibilizados pelo Ministério dos Transportes para os funcionários.

No que concerne as denúncias dos preços, uma equipa do Jornal Hora H, andou em vários pontos ou paragens da TCUL para constatar os reais preços e constamos a veracidade das denúncias. No princípio do contraditório, contactamos o Ministro Ricardo de Abreu mas o mesmo não atende as nossas chamadas.