Foi assim que o PCA da TPA anunciou aos trabalhadores da empresa a notícia menos esperada, precisamente  nas jornadas comemorativas de mais um aniversário da Televisão Pública de Angola.

Foram onze anos: sim, onze anos de batalha permanente em que cada segundo, cada suspiro foi celebrado com vida.

O Samuel Lussaty morreu na madrugada desta terça feira em Luanda, vítima de doença.

Durante os últimos onze anos, tivemos o Lussaty numa batalha pela vida: um jornalista envolvido no trabalho interrompido por uma fatalidade.

Vamos elogiá-lo? A obra dele fala por si. Um jovem que arrancou todas as conquistas pelos meios decretados como os mais nobres.

Dono de um fulgor no trabalho, proprietário de uma trajectória curta, mas retumbante…um trabalhador cujo mandato cumpriu na íntegra.

Começou na Huila, cedo transformou-se num contador de histórias e depressa conquistou Luanda. Em pouco tempo, viveu a glória da profissão que escolheu e doou-se pela causa de informar.

Cumpria mais uma pauta, quando durante numa cobertura jornalística, o destino transformou-o num personagem da noticia. O helicóptero em que seguia despenhou-se. Encarou de frente e assumiu a nova batalha com a mesma coragem. Sorriu sempre, deu esperança a todos, ganhou o jogo da vida e adaptou-se à nova realidade.

Foi assim na adversidade como fora no auge do seu percurso.

Fosse ele a contar esta narrativa, teríamos, por certo, que o faria com uma invulgar criatividade, um rigor de prumo e aquele sorriso ora estridente ora sedutor, mas também sibilante.

A linha do tempo divide hoje a história do Lussaty, mas conserva a acutilância de um jornalista, que é agora mais uma estrela guia para os mais novos.

Agora que transcendes, Lussaty, fica a saber que o Alexandre Cose, teu companheiro naquele Março de 2012, não aceita a tua partida, que o Sérgio Bravo conta que foste muito corajoso perante o desastre, os teus colegas derramam lágrimas e os teus amigos homenageiam-te com um retumbante estrondo de surpresa.

Vai, nosso amigo, segue, nosso companheiro, irradia luz, nosso colega que nós vamos honrar o teu nome, reproduzindo a tua história na história da tua televisão.