CANDIDATO DO MPLA PROMETE CONCLUSÃO DA REFINARIA DO LOBITO

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Quis o candidato do MPLA a Presidente da República realizar o penúltimo acto político de massas, no quadro da campanha para as eleições de 24 de Agosto, em Benguela, a terceira praça eleitoral (depois de Luanda e Huíla), e foi correspondido da melhor maneira.

O espaço defronte ao Estádio Nacional de Ombaka, onde decorreu o acto, estava apinhado de gente oriunda de todas as localidades da província. Não há números exactos, mas é impressionante o banho de multidão que acorreu ao local.

Sob grandes ovações, João Lourenço prometeu um leque de projectos de impacto económico e social, entre os quais, a retoma e a conclusão das obras de construção da Refinaria do Lobito. O empreendimento, disse, vai refinar 200 mil barris/dia.

Segundo João Lourenço, após a conclusão, o país vai ser auto-suficiente na refinação de petróleo. “Vamos deixar de importar gasóleo, gasolina e outros produtos refinados e passar à condição de exportador. Muito eventualmente vai ser construído um ‘pipeline’ que vai ligar o país à Zâmbia para abastecermos o mercado africano. Portanto, este é um segundo projecto que virá associado à construção da Refinaria do Lobito”, esclareceu.

 Na fase de construção, o empreendimento vai garantir emprego a mais de seis mil pessoas e na fase de operação a cerca de 9 mil, entre empregos directos e indirectos.

 “Em determinada fase de construção, as obras da Refinaria do Lobito pararam, por razões que não interessa adiantar. Perdeu-se dinheiro e tempo. O dinheiro perdido talvez já não se recupere, mas pudemos recuperar o tempo perdido. E a melhor forma de recuperar o tempo perdido é dar início à retoma das obras”, referiu.

 Um outro desafio anunciado pelo candidato do MPLA tem a ver com a certificação do Aeroporto da Catumbela, que passará a designar-se Aeroporto Internacional Paulo Teixeira Jorge. “Eu diria que, precipitadamente, chamamos de aeroporto internacional. Efectivamente ele não é aeroporto internacional, mas tem condições para vir a ser”, disse João Lourenço.

REABILITAÇÃO DE BAIRROS PERIFÉRICOS

Um dos momentos mais aplaudidos foi quando o candidato do MPLA prometeu a reabilitação das infra-estruturas integradas dos municípios do Lobito, Catumbela, Benguela e Baía Farta. São 479 milhões de euros, já à disposição da província, para a requalificação dos bairros periféricos dos quatro municípios.

O líder do MPLA falou, ainda, da asfaltagem das ruas do Cubal, Ganda e Balombo, assim como a requalificação da marginal da praia Morena, na cidade de Benguela, e do morro de Chapanguele, à saída do Lobito, incluindo o mercado local. O trabalho vai, certamente, dar uma nova imagem à cidade portuária.

No domínio das infra-estruturas rodoviárias, João Lourenço prometeu a construção da circular externa às cidades de Benguela, Lobito e Catumbela para evitar a rápida degradação das ruas, devido ao excesso de camiões que por lá passam.

 As três cidades são atravessadas pela Estrada Nacional que liga Luanda ao Sul de Angola, com todas as consequências que esta situação acarreta. “Por muitos investimentos que se façam na reabilitação das ruas do interior das cidades, em pouco tempo voltam a degradar-se. Gasta-se muito dinheiro a fazer o mesmo trabalho, mas o problema não fica definitivamente resolvido”, referiu.

No domínio de energia e águas, João Lourenço afirmou que está em construção “um novo sistema de abastecimento de água para o Bocoio, para aumentar a capacidade de oferta e melhorar a qualidade” do produto. As obras, segundo João Lourenço, estão muito avançadas e  devem estar concluídas em Setembro.

O candidato do MPLA prometeu, também, aumentar a capacidade de produção da Estação de Tratamento de Água do  Luongo, para garantir maior fornecimento às cidades do Lobito, Benguela, Catumbela e Baía Farta. “Este projecto de Luongo, uma vez concluído, vai acabar com os problemas de água que as quatro cidades do litoral de Benguela atravessam”, disse.

BARRAGEM DE CACOMBO VAI FACILITAR O DESASSOREAMENTO DO RIO CATUMBELA

Mas o candidato do MPLA é mais ambicioso. Pretende resolver, em definitivo, o crónico problema de assoreamento do rio Catumbela em toda a extensão. Para o efeito, anunciou a construção da barragem de Cacombo, com capacidade de produzir 28 megawatts, para a regularização do leito do rio e garantir o fornecimento de água a alguns municípios da província.   Trata-se de um empreendimento cujas obras terão a duração de quatro anos.

 “Com o aumento do caudal do rio Catumbela, os ganhos são vários: vai aumentar a capacidade de produção de duas outras pequenas barragens, a do Lumaum e a do Biópio. Em termos de projectos de água, localidades como a da Ganda, Alto Caumbela,  Babaera, Chinjenje e Ukuma passarão a ter maior oferta”, disse.

 Mas o projecto oferece outras vantagens. “Teremos muito mais terras irrigadas nas margens do rio Catumbela, em toda a extensão, o que pressupõe mais agricultura e mais alimento”.

 O candidato do MPLA prometeu, ainda, para breve, o arranque das obras de construção da linha de transporte de energia que vai ligar Belém (Huambo) a Lumaum, interligando as duas províncias, para reforçar a capacidade energética de Benguela. Destacou os investimentos públicos feitos no domínio energético, como os parques de energia solar do Biópio e da Baía Farta, inaugurados recentemente.

João Lourenço criticou alguns líderes políticos “que incitam a população a desafiar as autoridades para criar instabilidade e confusão”. “Infelizmente, o líder de um dos partidos concorrentes tem esta postura, que é em todos os sentidos condenável”, rematou, ao mesmo tempo que apelou ao civismo.

“Os partidos políticos devem ser os primeiros a pautarem pela educação cívica dos eleitores, e não serem eles a quererem fomentar a desconfiança, a desordem e a instabilidade”, insistiu, sublinhando que “não se pode utilizar o povo como arma de arremesso em defesa dos interesses inconfessos de determinado partido político, como está a acontecer”. João Lourenço louvou a postura da igreja e da sociedade civil organizada. “As igrejas e a verdadeira sociedade civil organizada têm uma postura patriótica, porque querem eleições livres e pacíficas”, referiu.

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