DISPUTA DE TERRENOS: FUNCIONÁRIO DE ISAIAS LISBOA ACUSADO DE MANDAR MATAR FILHO DE CAMPONÊS

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A família do malogrado que em vida chamou-se Misaque João Adão, de 42 anos, acusam Flávio Pascoal Tavares, chefe de obras da empresa representada por Isaías Aires Lisboa, Portomóvel, de ser o responsável pela morte do seu parente, ocorrida no passado mês de Agosto no bairro Henda, Distrito Urbano do Zango, município de Viana em Luanda.

ANNA COSTA

Segundo a irmã do Malogrado, Antónia de Oliveira, a guerra de terras naquela zona de Viana existe há cerca de três anos e que apesar das várias denúncias aos órgãos de defesa e não só, não se sentem seguros no espaço que os supostos proprietários alegam ser deixado pelos seus pais (camponeses).

 “O senhor Flávio Tavares uma vez veio com um homem de carro, vidros fumados e começou a apontar o meu irmão e gritou pelo nome dele dizendo, você não quer sair desses terrenos, um dia vão-te estender na rua como se fosses um cão”, contou Antónia de Oliveira ao Jornal Hora H.

Preocupados com as ameaças, a família disse que se dirigiram até a esquadra mais próxima (Capapinha) onde foram fazer uma queixa contra o acusado, porém, não foi registada por se tratar de um assunto que a esquadra já dominava.

“Chegamos lá nos disseram nós já sabemos desses vossos problemas, toda hora virem se queixar, vão só, em menos de 8 dias o meu irmão morreu”, contou a irmã

O malogrado, foi um homem de campo que fiscalizava os terrenos na zona, com as várias ameaças, por elementos vulgarmente chamados “caenche”, em várias horas do dia, conheceu a morte por volta das 18 horas de sábado enquanto andava de moto com o seu amigo, notaram que eram seguidos por dois elementos numa outra motorizada.

Too you, como era carinhosamente chamado, foi alvejado com um tiro no braço e três na barriga.

“O meu irmão morreu justamente conforme o engenheiro havia dito, nota-se que a morte do meu irmão é trabalho do SIC do Zango com o engenheiro da Porto móvel Flávio Pascoal” acusou.

A fonte acusa ainda Flávio Tavares, engenheiro da empresa Porto móvel representada por Isaías Aires Lisboa, de vezes sem conta dizer que têm o “peixe grande” a frente deles e que os supostos filhos dos camponeses podem se queixar onde quiserem que nada lhe vai acontecer.

Diz também que apesar do sucedido, Flávio continua a fazer ameaças e que não é o primeiro caso de morte por conta dos terrenos naquela zona.

O Jornal Hora H, contactou o acusado, Flávio Pascoal Tavares que negou as acusações, dizendo que os queixosos são malucos e que a polícia está a trabalhar no caso e até ao momento não recebeu nenhuma notificação dos órgãos de justiça.

“Todo mundo é livre de ir as redes sociais e dizer o que quer, porque mesmo a senhora que está a fazer essas comunicações, fala a… O senhor Marcos é um…, a polícia está a trabalhar a respeito disso e em nenhum momento fui notificado”. Disse o acusado numa ligação telefónica feita por este Jornal.

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