SIC: BRAÇO “EXTERMINADOR” DE JOÃO LOURENÇO – JORGE EURICO
Faz poucos meses. O Observatório para a Coesão Social e Justiça (OCSJ) denunciou que mais de 170 cidadãos foram executados por agentes da Polícia Nacional e do SIC, desde que João Lourenço assumiu o cargo de Presidente da República. E, com o seu silêncio e indiferença, o Executivo caucionou a sobredita informação.
Faz poucos dias. O semanário “Na Mira do Crime” revelou que um cidadão, que em vida se chamou Euclides José Paulo (“Da Nike Moda”) foi executado por agentes do SIC com sete tiros na cabeça. Isto mesmo, leu muito bem: sete tiros. Foram – diria o jornalista brasileiro Caco Barcelos – muitas balas e…poucos tiros.
A vítima foi raptada, torturada por agentes do SIC na última segunda-feira, 31 na 5° Avenida , município do Cazenga. Depois de executado, os agentes do SIC atiraram o corpo sem vida de “Da Nike Moda” numa vala da Centralidade do Kalauenda.
Foi mais uma execução feita pelo SIC. Nada vai acontecer. O SIC tem sido um instrumento fundamental para manter a cultura do medo em Angola com os seus actos de terror. Uma espécie de braço exterminador do Executivo de João Lourenço.
Ora, o SIC não pode continuar a executar pessoas abusviva e impunemente. Não pode continuar a usar métodos brutais para interrogações de suspeitos, tais como a tortura para obter confissões.
Em momento de remorso e profunda depressão, Agostinho Neto, o (a)fundador da Nação, teve a coragem de determinar, por decreto, a extinção da Divisão de Informação e Segurança de Angola (DISA) devido aos excessos praticados por esta agência do Governo de então no processo de genocídio conhecido como “27 de Maio de 1977”.
O Executivo deveria seguir o exemplo do (a)fundador da Nação angolana: extinguir o SIC, devido aos excessivos crimes que tem praticado contra inermes cidadãos nos bairros perifericos da capital angolana.
Daqui a alguns anos, quando historiadores e historiadoras, sociólogos e sociólogas sérios quiserem investigar, escrever e debater o papel da Polícia Nacional e do SIC no combate ao crime, reportando- se à época que (sobre) vivemos, concluirão que, em Angola, o Executivo destes nossos tempos tresloucado combatia o povo e não o crime. Cometia excessos que podem vir a ser configurados como crimes contra a humanidade.
Mas os historiadores e historiadoras, sociólogos e sociólogas só terão esta oportunidade quando Angola voltar a ter…um Presidente da República, de facto.
É muito crime (sem castigo) contra os cidadãos e o País!