CASO 22 MILHÕES: OS TAIS 50% É PARA QUAL SOCIEDADE? – JOSÉ PEDRO

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Essa pergunta surge por se acreditar que nos últimos tempos foi construída uma outra sociedade, que nada tem a ver com a tradicional sociedade civil – aquela que pugna pelo bem, só pela via do bem.

Querer partilhar 50% dos 22 milhões cai como uma humilhação à verdadeira sociedade, partindo do princípio de que, se essa ideia não tivesse um fim oportunista, à custa das necessidades dos outros, a UNITA poderia propor a redução do dinheiro antes de votar a favor, e criariam uma comissão conjunta para o suposto fim.

Ao tomarem essa medida só depois das contestações sociais que vêm surgindo, diz bem que tudo não passa de teatro e uma falsa vontade de repartir com a verdadeira sociedade, porque quando votaram à favor desses milhões para eles, o interesse próprio se sobrepôs a tudo e todos.

A partilha do dinheiro do Estado com a sociedade, que na verdade é a verdadeira dona, tem vias e mecanismos próprios. É a Assembleia Nacional o espaço reservado para definir ou tomar decisões a favor das populações.

Os 50% é para qual sociedade, que não podia ser definida na Assembleia Nacional? Saíram da Assembleia Nacional com o “sim”, para depois, na rua, falarem de partilha, por quê? E esse discurso de partilhar que só surge depois de muitas críticas da sociedade é mesmo verdadeiro? É ou não oportunismo, diante da necessidade do pacato cidadão? Ou é para outra sociedade civil? Será que é para aquela sociedade civil que já estamos a imaginar?

A verdade é que além de humilhante, a ideia dos 50% é também estranha, na medida em que as boas intenções não surgem por via da crítica nem da força. Essa, por exemplo, poderia surgir desde a discussão, onde a UNITA tinha tudo para propor essa ideia, ainda que a comissão de gestão fosse liderada por eles.

É tudo bungle.

José Pedro

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