ABUSO DE PODER NA HUÍLA: DIRECTOR DO SIC DETÉM CIDADÃOS SEM CULPA
O director-adjunto do SIC na província da Huíla, Luís Fernandes está a ser apontado de usar constantemente a sua influência diante da Procuradoria junto ao SIC/Huíla, com o apoio da procuradora junto do SIC, Cândida Amaro, para deter inocentes sem culpa formada.
Na semana passada, na tentativa de demonstrar força, engendrou uma cilada para incriminar um cidadão identificado por Aires da Ressurreição, a quem acusou de ser burlador e falso agente do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), mesmo sem qualquer indício de fuga nem a falta de colaboração com as autoridades.
Aires da Ressurreição (detido) é morador da cidade do Lubango, junto ao edifício do Serviço de Investigação Criminal (SIC), vulgo edifício C e amigo do director em causa. Segundo consta, em Fevereiro deste ano, Aires terá contactado um dos oficiais do SIC Huíla, para saber da situação do seu amigo Miguel Gabriel Catombela Agostinho, arrolado num processo judicial.
No local, o mesmo foi informado que o processo do amigo estava em andamento e constituísse um advogado para defender o arguido, para tal, a família foi mobilizada e conseguiu 100 mil kwanzas, que foram dados ao jovem Aires da Ressurreição para a constituição de um defensor, conforme refere uma procuração que o Club-K teve acesso.
O espanto do jovem que esteve a ajudar o seu nome foi arrolado como burlador e usuário de passe do SINSE, acusação levada a cabo pelo director-adjunto do SIC-Huíla, Luís Fernandes, que fala em crime de falsa qualidade.
Os familiares lembram que, Aires da Ressurreição já tinha sido detido pelo mesmo crime e posteriormente posto em liberdade condicional e o processo corre trâmites. “Nota-se que o director do SIC-Huíla, Luís Fernandes, agiu de má fé ao acusar o visado neste crime”, afirmam.
Quanto ao crime de burla, o acusado mostrou vontade de reparar os danos, mesmo sabendo que havia constituído advogado para o seu amigo Miguel Agostinho, irmão da sua amiga Delfina, pelo que o cidadão Aires da Ressurreição, quando foi internado pela polícia do Direcção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), e informado sobre o caso, esse não reagiu, tendo feito um termo de compromisso no sentido de pagar a conta do valor que lhe foi entregue no sentido de evitar problemas futuros, e segundo consta, isto foi feito na presença da esposa e do investigador Mussassa.
Fontes explicaram a este portal que, o director-adjunto do SIC, Luís Fernandes, ao se aperceber da negociação que ocorreu no Direcção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), se exaltou e pediu que o processo fosse aberto na sua direcção para possibilitar a detenção do seu alvo.
“A liberdade é um direito e não deve ser privada por quem quiser para satisfazer os seus caprichos, lamentamos o envolvimento da Dra. Cândida, que ao tomar conhecimento do caso, não procurou mais elementos, simplesmente emitiu mandado de detenção”, lamentam os familiares.