PROSTITUIÇÃO E DROGAS USADAS PARA AMENIZAR A FOME

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Por outro lado, da história de vida desses moradores, está os que não têm a possibilidade de conseguir um negócio, sendo, forçosamente, obrigados a sobreviver à fome. A realidade leva muitos a procurarem caminhos espúrios para resistir à penúria vivida, na circunscrição.

“Aqui temos um sítio chamado de Boca Mine. As crianças, de dia, estão em casa, mas, à tarde, vão fazer vida (prostituição), porque não têm como se alimentar, por vezes. Ali, cada um faz vida, tem o seu dinheiro, e volta. É a vida que levam”, descrever Josefina Mito, de 50 anos, 14 dos quais a residir na zona.

Apesar do cenário, Mito confesser verdade que muitas crianças e jovens com idades compreendida entre 12 e 30 anos, pelo menos, têm visto na prostituição o caminho para conseguirem dinheiro, que permita ter uma refeição. “Vendem os seus corpos a troco de 500 ou mil kwanzas”, lamentou.

Josefina está a cogitar abandonar o bairro, por temor de que a filha de 19 anos venha a ser influenciada pelos costumes do bairro, onde se contam aos dedos as meninas que preservam ainda uma vida de princípios e valores morais.

Por outro lado, o consumo de drogas por parte, principalmente, dos jovens, constitui o meio através do qual estes encontram coragem para enveredarem, pelo mundo crime, roubando do pouco que os seus companheiros daquela trincheira conseguem.

Os moradores contaram ao PAÍS que a pobreza extrema com que se debatem tem estado a aumentar o índice de criminalidade infantojuvenil. Os jovens vêem no roubo uma forma de ganhar dinheiro, ilicitamente, para dar conta das suas necessidades, nas quais englobam as fisiológicas.

“A criminalidade aqui é alta. De noite, os miúdos daqui, que são mesmo os filhos dos nossas vizinhas, assaltam as nossas casas, e roubam o bocadinho do que temos. Ou, também, ao chegarmos à noite, podemos ser assaltados”, conta Joaquim da Mata.

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