FUI A PRIMEIRA VÍTIMA DE RAPTO DURANTE A GOVERNAÇÃO DE JOÃO LOURENÇO – HITLER SAMUSSUKU

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Luanda – Desde que o meu nome saiu como candidato à deputado da UNITA já tive entrevistas com professores de Oxford, Gotemburgo, Paris e da Universidade de Genebra. Ontem por exemplo, numa longa conversa que tive acerca da situação política de Angola disse ao pesquisador que nós estamos a viver o fim do ciclo de governação do MPLA. 47 anos depois já não existe justificativas para este governo perante ao povo. Terminada a guerra, a UNITA procurou ao longo desses 20 anos mostrar ao povo que a sua intenção era colocar o angolano no centro das prioridades e que houve uma certa deturpação das suas causas por parte da propaganda massiva dos seus adversários políticos. A UNITA que até então era um partido conservador, demostra ser ou estar mais aberto para a sociedade.

O MPLA fecha-se a cada novo dia, basta observar as propostas de listas de candidatos à deputados na qual a UNITA apresenta dissidentes do MPLA, dissidentes da própria UNITA e outros membros da sociedade civil em posições elegíveis…percebemos que há aqui uma intenção de inclusão e bom sinal para quem quer ser governo. O João Lourenço por exemplo a única coisa que sabe fazer é silenciar ou aliciar figuras da Sociedade civil como aconteceu com o Rafael Marques, Yuri Kixina , Precioso Domingos estes dois últimos são jovens muito inteligente que davam seu contributo com opiniões acerca da economia, mas foram cooptados para uma comissão inoperante. O país nos últimos 5 anos registou avanços e recuos em vários domínios.

Em termos de democracia, o país retrocedeu significativamente. O governo cessante tem o controlo da informação, censura e limita à medida dos seus caprichos autoritários. Tivemos casos de muitos angolanos mortos no exercício dos seus Direitos e inúmeros casos de detenções arbitrarias, julgamentos sumários e até raptos.

Em 2018 estávamos numa situação de lua de mel com o regime. Nós os Revús, inclusive, os partidos na oposição éramos os grandes defensores do João Lourenço. Naquela altura ele era apenas Presidente da República…José Eduardo dos Santos era presidente do MPLA. Então a opinião pública pressionava o José Eduardo a abandonar o cargo e deixar o João Lourenço acumular porque de 2017 à 2018 ele havia demostrado sinais de abertura para a sociedade. Em 2019, João Lourenço já era Presidente da República e do MPLA e começou a ficar maluco. Eu fui a sua primeira vitima na sociedade civil com a minha mãe fomos raptados no dia 10 de Maio de 2019, fiquei três dias detidos e fui acusado de antentado e ultraje contra o Presidente. Neste momento estou preso por termo de identidade e residência de acordo com o Procurador do DNIAP.Em Outubro de 2019, Adalberto Costa Júnior que era Presidente da Bancada Parlamentar da UNITA apresentou a sua candidatura para o cargo de Presidente da UNITA…a partir daí João Lourenço pirou de vez. De lá para cá nunca fez mais nada de bom, ou seja, é decepção atrás de decepção. Parece alguém que perdeu a cabeça e tem complexos de inferioridade, auto estima baixa. Tinha tudo para ser reeleito sem fraudes, mas depois tornou-se mais detestado que o José Eduardo dos Santos e pior porque ele não é nem temido nem amado. Maquiavel aconselhava os Príncipes a serem temidos e amados.

João Lourenço está longe disso e pior de tudo tem vários inimigos. Como general que diz ser deveria perceber que não se pode fazer uma guerra com varias frentes. Por exemplo, ele tem problemas com alguns camaradas do seu partido que os rotulou por marimbondos, tem problemas com Adalberto e o Abel Tchivukuvuku, tem problemas com algumas pessoas das igrejas Católica e universal, problemas com os jovens revús que ele chama de avarentos, bebados e drogados que são pagos pela UNITA para desestabilizar o seu governo. Os Revús controlam as ruas e as redes sociais. Por essa razão é que João Lourenço é tão impopular e Adalberto é muito popular. Nos últimos anos, o MPLA perdeu o apoio da base, sobretudo, a classe média. Já a UNITA conserva a base e conquistou a classe média. O MPLA dizia que a UNITA era um partido de matriz tribal e racista.

O Presidente da UNITA é mulato. Só isso desconstrói todas as cantigas do regime. Nos últimos tempos, temos registado greve dos médicos, dos professores, dos funcionários da Angola Telecom e Sonangol sectores básicos da vida social não conseguem resolver…o que será de nós se o MPLA continuar no Poder até 2027? A alternância política é palavra de ordem em todas as esferas pública…mesmo dentro do MPLA existe muita gente à favor da alternância. No passado os membros do MPLA poderiam dizer que se a UNITA vencer as eleições elas poderiam perder os privilégios. Hoje muita gente do MPLA percebe que se a UNITA ganha as eleições elas não perdem, antes pelo contrário a UNITA precisará delas para o desenvolvimento do país porque essa gente tem o controlo da economia. Qualquer militante do MPLA ao ver o Francisco Viana ou a Irina Dinis recém dissidentes a ocuparem boas posições na lista da UNITA podem sentir-se atraídos e apoiarem a alternância.

Se até o Bonga um dos monstros da musica angolana é pela alternância ou está a dar a cara e a voz pela alternância, imagine seus fãns, seus familiares e amigos? Para ser sincero tenho fé que até dia 24 de Agosto ainda muita coisa poderá acontecer e acredito mesmo que João Lourenço ficará sozinho. O Adalberto inspira confiança e vende esperança. João Lourenço mete medo até para os seus companheiros e vende medo com àqueles ares ditatorial. Numa fase como essa pretender ser ditador é cavar ruína de graças.

A ESPERANÇA QUE NOS UNE É MAIS FORTE DO QUE O MPLA E O SEU PODER

Nós somos jovens e colocamos nas nossas cabeças que se somos pobres o culpado é o MPLA. Se não temos emprego o culpado é o MPLA. Não temos casa o culpado é o MPLA. Em todo caso, entramos nas universidades e somos desempregados com diplomas. Contudo, temos esperança que se a UNITA for governo teremos muitas oportunidades por essa razão apoiamos fielmente a UNITA. Estamos cansados de sofrer, viver sem expectativas, viver por viver…precisamos de um governo que nos devolva a dignidade. Queremos ser prioridade na agenda política. O que a televisão mostra não combina com o nosso quotidiano. A nossa vida é um exercício de sobrevivência. O MPLA roubou a nossa infância e está a sacrificar a nossa juventude. Nós somos a esperança de nós mesmos. Temos fé que iremos afastar o MPLA do Poder. Quando o MPLA sair, sentiremos o mesmo sentimento de liberdade que eles sentiram ao livrarem-se dos Portugueses em 1975.

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