CASA-CE ACUSADA DE BURLAR MAIS DE 400 MILHÕES DE DÓLARES

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A proprietária da empresa Al Mega-publicidade e prestação de serviço Su. LDA, Li Wu, acusa a coligação CASA-CE de burla de um valor total de 201.798.000.00 kwanzas, equivalente a 401.188 dólares norte americanos, referente ao material de propaganda utilizado aquando das Eleições Gerais de 23 de Agosto de 2022.

Li Wu, que falou, ontem, em conferência de imprensa, revelou que vai, através dos seus advogados, proceder uma acção não especificada de arresto de apreensão judicial preventiva de bens, contra a Casa-CE, por considerar que os riscos de dissolução da coligação e dispersão do seu património e da sua insolvência, serem eminentes.

A empresária sente-se burlada pelo facto de ter usado da confiança existente com a coligação e de não ter assinado nenhum contrato, pela confiança adquirida. “Eles abusaram da minha boa fé. Na primeira remessa do material o pagamento foi feito, por isso aceitei fazer   o trabalho e receber depois. Mas, agora, dizem que não existe contrato e que eu estou a mentir, que não receberam nenhum material”, referiu.

Li Wu afirmou que na presença do seu advogado, reuniu com a liderança da coligação, que nega, categoricamente, que não irá pagar. “Eles afirmam que não vão pagar. A minha empresa está muito prejudicada. Todo o material foi feito na China e eu tenho de pagar aos fornecedores. Já vendi a minha casa e o meu carro para pagar os trabalhadores. Fiquei apenas com 20 porque tive de despedir o resto por falta de finanças”, lamentou.

A empresária apresentou à imprensa a lista do material de propaganda eleitoral entregue à CASA-CE, com as notas de entrega protocoladas e confirmadas pelo secretário Nacional de Finanças, Alberto Manuel Muanza. “Ele garantiu que faria o pagamento, tão logo fosse alocada a verba da campanha eleitoral, atribuída pelo Ministério das Finanças. Agora, diz que não está a fugir da dívida, mas que só poderá pagar em 2027”.

Li Wu acusa a coligação de usar o dinheiro das eleições para bens pessoais, com a compra de vivendas e mansões em Talatona, carros top de gama. “Não tem como um país desenvolver-se com líderes de partidos políticos que não honram a sua palavra”, desabafou.

REACÇÃO DA CASA-CE

Alexandre Sebastião André, vice-presidente da Coligação CASA-CE, alegou que não houve nenhum tipo de bula nem muito menos dívida, afirmando que desconhecem esta informação e acusação de Li Wu, proprietária da Al Mega-Publicidade.

A CASA-CE não burlou nenhuma empresa e nenhum indivíduo, nós desconhecemos esta informação. Ela não pode confundir dívida e burla. “Vasculhamos toda a nossa papelada com créditos credíveis e reais, demos conta que o nome dela não consta destas listas, isso significa dizer, que ela, apenas praticou um acto ou episódio, e foi pago”, afirmou.

Alexandre Sebastião André acrescentou que não existe nenhum contrato. “Não fizemos nenhum contrato, apenas um serviço episódico. Não houve nenhum acordo e este não é um fórum próprio para se tratar deste assunto”, afirmou, para acrescentar que a aludida empresária “só pode estar a pensar que a CASA-CE foi extinta, que é um nado morto e inerte, onde ela quer tirar um pedaço. O Estado angolano não fecha as portas aos estrangeiros. Digo-lhe, mais uma vez, há fórum próprio para tratar essas situações”.

O líder partidário disse que as duas partes já se sentaram, mas sem consenso. “Eles nos procuraram, abrimos as portas e conversamos e não houve consenso. Se houvesse consenso a Li Wu não procuraria a imprensa para falar deste assunto. Ela está a pensar que a CASA-CE é algo inerte onde ela pode vir debicar o seu pedaço”, referiu.

Alexandre Sebastião André garantiu que estão à espera que a empresa em causa apresente as provas que incriminam o partido. “Nós nunca utilizamos material de propaganda apresentado por ela. Não sabemos de onde ela foi buscar essa história. Estamos descansados. Não temos nada a temer”, disse.

A CASA-CE reúne o Partido Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido de Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola – Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Pacífico Angolano (PPA), Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA) e o Partido Democrático para o Progresso da Aliança Nacional de Angola (PDP-ANA).

Nas Eleições Gerais de 23 de Agosto de 2022 não elegeu nenhum deputado.

Fonte: JA

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