“TUMULTO EM LUANDA DEVE-SE AO EMPRESARIO DO MPLA QUE NÃO PAGOU OS MOTOQUEIROS”

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Um grupo de motoqueiros protagonizou ontem na cidade de Luanda actos de vandalismo e violência, obrigando à intervenção das autoridades policiais, sendo ainda imprecisos os dados relativos aos danos físicos e materiais

Segundo os vídeos postos a circular nas redes sociais e que o Jornal Hora H teve acesso, o tumulto de ontem deve-se ao não pagamento dos dez mil Kwanzas que um suposto empresário prometeu aos motoqueiros que iriam participar na actividade da abertura da campanha eleitoral do partido MPLA.

De acordo com os motoqueiros não é a primeira vez que este escândalo acontece com o referido empresário que tem usado o nome do MPLA para burlar os moto taxistas em Luanda.

Já o porta-voz da Polícia Nacional na província de Luanda, Nestor Goubel, a polícia está a apurar a informação, adiantando apenas que se trata de um grupo de motoqueiros que provocaram alguns distúrbios na zona da Ilha de Luanda e no largo Primeiro de Maio, estando agora concentrados na zona da Cidadela de Luanda.

Durante o dia de ontem, foram vistos grandes grupos de motoqueiros nas ruas de Luanda, exibindo a bandeira do partido Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no primeiro dia que marca o início da campanha eleitoral.

Testemunhas ouvidas pela Lusa relataram a concentração de cerca de uma centena de motoqueiros no largo do Baleizão, alguns envergando t-shirts com o rosto do líder do MPLA, João Lourenço, que se terão dirigido depois à ilha de Luanda.

Uma pessoa que testemunhou a passagem de “centenas de motoqueiros” pela Ilha, e que preferiu não ser identificada, disse que se formou uma multidão junto de um local conhecido como “Floresta” que começou a cercar os carros, incluindo uma viatura policial

No final da tarde, ouviram-se disparos e o ruído de sirenes, estando já a circular nas redes sociais um vídeo, em que são visíveis vários motoqueiros concentrados num local, tendo alguns informado que aguardavam pelo pagamento do seu trabalho, enquanto outro afirma que houve colegas atingidos por disparos de armas de fogo.

Dos vários vídeos que circulam nas redes sociais, um grupo de motoqueiros aparece a queimar material de propaganda do MPLA, nomeadamente camisolas, bonés e bandeiras, com ofensas ao candidato do partido no poder em Angola, apelando ao voto ao maior partido da oposição, a UNITA.

“MPLA não pagou os ‘motoboys’, olha a tristeza”, gritavam os manifestantes.

Na Ilha de Luanda, zona turística da cidade, uma nuvem negra era visível, obrigando à intervenção de bombeiros, além de viaturas particulares vandalizadas.

Nestor Goubel remeteu para mais tarde dados mais precisos sobre a situação que se vive em Luanda, onde o MPLA, partido que governa Angola há 47 anos, marcou o início da campanha eleitoral com um comício presidido por João Lourenço, na Camama.

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