DECLARAÇÕES DO DEPUTADO DO MPLA ESPALHA MEDO E CLIMA DE PRÉ-GUERRA NO PAÍS

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O analista político e jornalista angolano, Ilídio Manuel, diz que, quem ouviu o pronunciamento do deputado à Assembleia Nacional pelo MPLA, Américo Cunonoca, num misto de alarmismo e intimidação, pode ter ficado com a sensação de que o clima de uma pré-guerra está instalado.

Segundo Ilídio Manuel, nas palavras do ex-líder da bancada do MPLA, os partidos que estão a colocar em causa a lisura e transparência do processo eleitoral estarão a instigar a desobediência civil e o recurso à violência.

O deputado do partido no poder em Angola, MPLA, Américo Cunonoca, terá deixado transparecer, na sua mensagem que havia um destinatário específico: o partido arqui-rival.

O analista político, Ilídio Manuel, considera que foi de todo infeliz e despropositado trazer à memória os trágicos acontecimentos de 1992, como se a UNITA tivesse ainda um exército pronto para entrar em guerra, caso os resultados eleitorais não lhe venham a correr de feição.

Hoje, lembrou, 20 anos depois da paz das armas, ninguém em sã consciência acredita numa nova guerra pós-eleitoral, visto que a UNITA de ACJ está longe de ser a UNITA de Jonas Malheiro Savimbi.

Sublinhou por isso que, em boa verdade, o que Américo Cunonoca debitou nesta quinta-feira, no hemiciclo enquadra-se numa velha estratégia de preparar a opinião pública nacional e internacional de que há um vencedor antecipado das eleições e um eterno derrotado que, na óptica dos estrategos do MPLA, poderá recorrer à violência à conta de suposto mau perder.

“Não está em causa uma ameaça velada no sentido de fazer com os adversários aceitem pacificamente a vitória do seu partido, ainda que obtida de forma fraudulenta?”, questionou Ilídio Manuel.

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