ANGOLA E CHINA PODEM IMPULSIONAR PROGRESSO COM A EXPLORAÇÃO DE NOVAS ÁREAS

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O embaixador chinês em Angola sublinhou, quinta-feira(27), em Luanda, a excelência da cooperação entre os dois países, afirmando que os laços contêm áreas específicas que precisam de ser devidamente exploradas para impulsionar o progresso mútuo.

Gong Tao avaliou as potencialidades dos laços que unem os dois povos e Estados durante um encontro com jornalistas angolanos e estrangeiros, promovido pela diplomacia chinesa para lançar as comemorações dos 40 anos da cooperação Angola-China, a assinalar-se em Janeiro do próximo ano.

Acrescentou, a propósito, que os dois países entraram numa era de desenvolvimento e modernização. Para ilustrar o quadro, realçou o potencial das trocas comerciais entre Angola e a China, que, de Janeiro a Agosto, foram avaliadas em 20 mil milhões de dólares, com um aumento de quase 30 por cento, no período homólogo.

O embaixador chinês, Gong Tao, que se fez acompanhar do secretário de Estado para a Comunicação Social, Nuno Caldas, fez saber que as autoridades chinesas seguiram com especial atenção o discurso de tomada de posse do Presidente da República, João Lourenço, em que apontou as principais linhas para desenvolvimento do país e a China viu oportunidades com vantagens mútuas, que correspondem à estratégia de desenvolvimento do Governo chinês.

Ao referir-se à exploração energética, a partir de uma leitura global, o embaixador chinês afirmou que “Angola pode assumir um papel de maior protagonismo neste segmento, tendo em conta o facto de ser o segundo maior produtor de petróleo em África”.

“Angola, além do petróleo, apresenta uma diversificação das suas fontes de energia e a China está interessada em aumentar a cooperação em vários domínios”, frisou o diplomata.

Parceria comercial

O embaixador Gong Tao recordou que a China foi, ao longo dos últimos 15 anos, o primeiro parceiro comercial de Angola. Destacou, dentro da carteira de projectos, que a China está avaliar, com o Governo angolano, a promoção de novos investimentos, sendo que um dos pacotes que deve merecer especial atenção dos dois Governos é o da isenção de impostos de zero a 98 por cento nas mercadorias de Angola e de toda a África exportadas para a China.

Segundo o embaixador chinês, o crescimento do volume das trocas comerciais entre as partes resulta do aumento de empresas chinesas a actuar nos mais variados sectores em Angola, bem como a aposta do gigante asiático nas relações económicas.

De acordo com Gong Tao,  nos últimos 20 anos, Angola recebeu financiamento chinês destinado para várias obras em aeroportos, caminhos-de-ferro, centralidades, hospitais, escolas e barragens, contribuindo no crescimento do país.

Defensor da paz e o desafio da modernização

O embaixador Gong Tao elogiou, no capítulo da paz e segurança, o papel de mediador de Angola no conflito entre a RDC e o Rwanda, cujas acções demonstram o resultado positivo que terá grande impacto na estabilidade da Região dos Grandes Lagos.

Em relação à matéria de Defesa e Segurança, Gong Tao fez uma incursão histórica sobre o percurso da China, desde a luta pela Independência, a guerra civil e as diversas invasões de que o país foi alvo, referindo às grandes mudanças registadas no sistema operacional.

“A China vai continuar a perseguir a sua maior meta, que é alcançar a modernização com esforços próprios e ajuda de outros parceiros”, afirmou o embaixador chinês. Citou, a propósito, as linhas gerais saídas do 21º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês.

O grande objectivo com a modernização chinesa, apontou, é garantir uma vida mais feliz ao povo.

A modernização chinesa, frisou Gong Tao, é  de 1,4 mil milhões de pessoas, diferente da “modernização” de outros países. Até agora, o mundo não conheceu nenhum país com essa dimensão que conseguiu fazer a modernização a nível material, cultural e ética.

“Não podemos aceitar uma modernização com um desenvolvimento socioeconómico e com uma diferença entre as várias camadas sociais. Será uma modernização do caminho chinês para as relações com o resto do mundo, sempre na defesa da paz e desenvolvimento comum”, sublinhou.

O embaixador da China em Angola fez saber, também, que o seu país está pronto para contribuir e defender a paz mundial e compartilhar as oportunidades oferecidas para o desenvolvimento com o resto do mundo.

Para o contexto de grandes mudanças e desafios sem precedentes que o mundo vive,  reforçou, a China vai continuar a seguir o seu caminho adaptado às próprias realidades.

Gong Tao garantiu que a China vai continuar a apoiar o desenvolvimento de outros países.

Parceira estratégica em momentos cruciais

Por sua vez, o secretário de Estado da Comunicação Social, Nuno Caldas, reconheceu que a China tem sido um parceiro estratégico para Angola.

“Nos momentos cruciais e nas fases mais difíceis, sempre contamos com o apoio da China”, sublinhou.

Durante o encontro com os jornalistas, Nuno Caldas afirmou que o Governo vai manter a parceria estratégica com a China.

No domínio da Comunicação Social, o secretário de Estado disse que a parceria activa tem permitido ao país formar quadros nas grandes universidades chinesas.

NACIONALIZAÇÃO DA SOCIEDADE MINEIRA DE CATOCA NÃO AFECTA RELAÇÕES

Confrontado com a nacionalização de participações chinesas na Sociedade Mineira de Catoca Lda, por Decreto Presidencial tornado público na última quarta-feira e se a medida afecta as relações entre os dois países, o embaixador disse que não tinha autorização para se pronunciar sobre o assunto, tendo sublinhado a seguir a parceria entre as duas nações  nos mais variados domínios.

Ainda sobre o mesmo assunto, o secretário de Estado da Comunicação Social, Nuno Caldas, disse que a medida não afecta as relações, sobretudo neste momento em que tem se verificado alargamento no domínio da cooperação.

Trata-se de um processo isolado que está a ser conduzido pelo Governo. “Que tenhamos confiança nesta boa relação com a China, um país com vocação para a paz, progresso e desenvolvimento”, finalizou.

A medida de apropriação pública das participações sociais na Sociedade Mineira de Catoca Lda, detidas pela LL Internacional Holding BV, foi tomada pelo facto desta estar sujeita a fortes medidas restritivas no país e no estrangeiro, que levaram a apreensão da sua participação social pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos e ao estabelecimento de sanções por parte do US Office of Foreign Assets Control.

É entendimento do Presidente da República, segundo o Decreto, que a manutenção da LL Internacional Holding BV na estrutura societária, com os actuais problemas judiciais e reputacionais, coloca em causa a estratégia da Sociedade Mineira de Catoca Lda, uma vez que impossibilita o acesso a funcionamentos vitais para o desenvolvimento de projectos mineiros actuais e futuros.

As quotas apropriadas através do diploma assinado pelo Chefe de Estado consideram-se transmitidas para o Estado, independentemente de quaisquer formalidades, livres de  quaisquer ónus ou encargos, sendo oponíveis a terceiros após o registo.

A gestão da participação social ora apropriada é atribuída à ENDIAMA Mining Lda, que representa o Estado em todos os direitos, nos termos da lei.

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