A MORTE DE EDUARDO DOS SANTOS É “UMA PERDA PROFUNDA E IRREPARÁVEL” PARA ANGOLA – MV
Luanda – O ex-vice-Presidente de Angola Manuel Domingos Vicente lamentou hoje a morte do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, a quem se referiu como “um exemplar estadista e nacionalista”.
“O desaparecimento físico do Eng. José Eduardo dos Santos representa uma perda profunda e irreparável de uma figura emblemática da história de Angola, de África e do Mundo”, escreveu Manuel Vicente sobre o líder de quem foi vice-Presidente, numa nota de condolências.
O ex-vice-Presidente de Angola, e também antigo presidente do Conselho de Administração da empresa petrolífera estatal Sonangol, acrescentou que José Eduardo dos Santos foi “um exemplar estadista e nacionalista que, desde tenra idade, dedicou a sua vida à nação angolana, tendo desempenhado um papel proeminente nos processos de conquista da independência nacional, da paz, da unidade, reconstrução e reconciliação nacional”.
Manuel Domingos Vicente foi o segundo vice-Presidente de Angola, entre 2012 e 2017, durante a Presidência de José Eduardo dos Santos, que morreu na sexta-feira.
Em 2017, ano em que também Eduardo dos Santos saiu da Presidência, Domingos Vicente foi acusado pelo Ministério Público português de vários crimes, incluindo corrupção activa e branqueamento de capitais, num processo que ainda decorre nos tribunais.
O ex-presidente de Angola José Eduardo dos Santos morreu a 08 de julho, aos 79 anos, numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento.
O governo angolano decretou sete dias de luto nacional e declarou que pretende fazer um funeral de Estado em Luanda, decisão a que se opõe uma das filhas, Tchizé dos Santos, afirmando que essa não era a vontade do pai, e que José Eduardo dos Santos não queria ser sepultado em Angola enquanto João Lourenço estiver no poder.
Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como presidente de Angola, em 1979, e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, pontuada por acusações de corrupção e nepotismo.
Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o actual presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no governo desde que o país se tornou independente de Portugal em 1975.