CABINDA A PEQUENA COREIA: SETE ACTIVISTAS DO MIC DETIDOS PELO REGIME

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Em Angola, sete membros do Movimento Independentista de Cabinda (MIC) foram detidos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC). Um dos activistas voltou a ser preso apenas 30 minutos depois de ter obtido liberdade.

A detenção dos sete membros do MIC aconteceu na tarde desta sexta-feira (1.7), menos de uma hora depois de o Tribunal da Comarca de Cabinda absolver Alexandre Dunge e António Tuma, que estavam detidos desde o ano passado.

Os dois activistas políticos – Alexandre Dunge e António Tuma – , detidos desde outubro de 2021, foram acusados de crimes de associação criminosa e rebelião. 

A liberdade de António Tuma durou apenas 30 minutos, após o episódio de ontem, em que foi detido novamente.

Agora, os sete detidos são Sebastião Macaia Bungo, António Victor Tuma, Joaquim do Nascimento Sita, Jorge Gomes, Teofilo Gomes, Marcos Futi Poba Polo e José  Isamo.

Tratamento médico

Alexandre Dunge, que se encontra em tratamento médico, também esteve no tribunal para a sessão do último julgamento onde foi lida a sentença, dada como inocentes dos crimes. Dunge esteve no local  antes do episódio pois a sua saúde não permitia estar aliado aos demais.

O Presidente do MIC, Carlos Vemba, explicou o ocorrido à DW África, e entende que houve má interpretação dos agentes da polícia. “Tudo aconteceu quando os nossos membros caminhavam [por Cabinda] com indumentárias da [nossa] organização, depois da soltura dos [activistas] presos desde o ano passado”, explicou Vembra. 

“Mas […] a polícia interpretou que estavam a criar instabilidade na via pública. O órgão afirma que os mesmos incitavam ‘instabilidade’ e estariam a se manifestar – o que não é verdade”, acrescentou.

“Momento negro para democracia”

Ainda segundo Vemba, sem “sombra de dúvidas” se trata de mais um “momento lamentável” e “indescritível”, disse, “é mais um momento negro para nossa suposta democracia”.

“Continuamos a assistir uma violação a todos níveis, os activistas continuam a ser vítimas e isso não é normal”, acrescentou.

No relatório do Serviço de Investigação Criminal de Cabinda (SIC) consta que os mesmos estariam a realizar uma manifestação não-autorizada. Sem pormenores, um investigador ligado ao SIC, que pediu anonimato, disse à DW África que “os mesmos membros dessa organização estariam a realizar uma manifestação, criando assim instabilidade na via pública, por isso tal facto”.

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