TENTATIVA DO ESQUEMA DE KALUNGA NO FADA: ‘UM CONTRASSENSO’, DIZ VITORINO NGOMA MBUTA
Outro momentos críticos relatado em entrevista diz respeito ao FADA, fundo destinado a apoiar iniciativas juvenis. Vitorino considera um “contrassenso” o facto de Kalunga ter solicitado que o FADA canalizasse os valores para o CNJ, que por sua vez faria a distribuição às organizações juvenis. Para ele, esta instrução representaria uma usurpação de competências do Estado:
“Quem traça e administra as políticas públicas é o Estado. O CNJ é apenas parceiro e não pode tomar posições que violem ou substituam o papel executivo.”
Vitorino Matias afirma ainda ter aconselhado repetidas vezes o presidente, mas sem sucesso.
“Nunca estive no leque da bajulação. Ele cavou o próprio buraco por não ouvir conselhos.”
ACUSAÇÕES CONTRA EDSON DE SOUSA É CALÚNIA E DIFAMAÇÃO’
O presidente da Associação Jovens Operarios e Camponeses (AJOC) classificou como mentira as acusações de desvio de fundos atribuídas ao dirigente juvenil Edson de Sousa. Segundo ele, o dinheiro destinado à limpeza do espaço em causa foi pago directamente à empresa contratada, sem que “nem 10 kwanzas” tivessem passado pela conta do Edson.
O dirigente acrescenta que a empresa acabou processada e devolveu o valor na conta do vice-presidente para a área de Administração e Finanças do CNJ
“Se o dinheiro era do Estado, como é que iria para a conta de uma pessoa singular?”
O cenário descrito por Vitorino inclui episódios de intimidação.
Ele afirma que tanto ele quanto Edson de Sousa têm sido perseguidos por membros do CNJ, e acusa directamente o vice-presidente de lhe enviar mensagens ameaçadoras.
“Já disse várias vezes que vai à minha casa partir-me os cornos. Eu estou à espera dele na minha casa para me partir os cornos.”
ACIDENTE MISTERIOSO E ALEGADA SABOTAGEM DA VIATURA
Outro ponto grave é o acidente que Vitorino sofreu a 27 de Fevereiro de 2023, por volta das 23h00, na Via Expressa.
Ele relata que perdeu a visão “de repente”, sentiu as mãos serem arrancadas do volante e capotou sem entender o que ocorreu.
Após o acidente, a viatura envolvida foi levada para a casa de um membro do CNJ, no Zango, e terá sido sabotada e parcialmente retirada e vendida as peças.
“Até a carcaça foi extraviada. Acusam-me de ter vendido a viatura, o que é mentira. Tudo começou aí.”


