NO CNJ: ISAÍAS KALUNGA SUSPEITO DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO E FALTA DE TRANSPARÊNCIA FINANCEIRA

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O dirigente disse ainda desconhecer por completo o orçamento real do CNJ ao longo dos últimos anos.

“Não sei quanto o CNJ recebe mensalmente. Nunca nos apresentaram os valores. Nem o OGE destinado ao órgão é conhecido.”

REDACÇÃO JORNAL HORA H

Afirmou ainda que há indícios de que recursos destinados às organizações e aos Conselhos Provinciais da Juventude nunca foram deliberados em reuniões.

“Tudo era decidido pelo Kalunga e pelo Jaca. Nunca definimos valores em conjunto. O normal seria receber os fundos, sentar, discutir e distribuir de forma justa. Nunca aconteceu.”

Matias acusa directamente a direcção do CNJ de usar a instituição para fins de enriquecimento ilícito.

“O CNJ está a ser usado para o enriquecimento ilícito de Isaías Kalunga e da sua cúpula. Todos os sinais apontam para isso.”

ASCENSÃO DE ISAÍAS KALUNGA: ESPERANÇA TRANSFORMADA EM FRUSTRAÇÃO

Vitorino Matias revela que já fazia parte do CNJ 20 anos antes de Kalunga assumir a presidência. Apoiou e trabalhou directamente na candidatura de Isaías, apresentada pela União dos Estudantes de Angola, nas eleições de 2020, num período marcado pelas restrições da pandemia.
Segundo afirma, “o sentimento era de inovação e missão cumprida”, uma vez que Kalunga era visto como um jovem promissor capaz de impulsionar a juventude angolana.

Contudo, “dois anos depois começaram a surgir os desvios”, disse Vitorino, que lamentou que a gestão tenha tomado rumos contrários aos princípios e estatutos da instituição.

ACUSAÇÕES DE GESTÃO UNIPESSOAL E TOMADA DE DECISÕES À MARGEM DOS ESTATUTOS

Um dos pontos mais críticos da entrevista é a denúncia de que Isaías Kalunga e o seu vice, Sebastião Jaca, conduzem o CNJ “de forma unipessoal e manipulada”.

De acordo com Matias, todas as decisões, desde financeiras até administrativas, têm sido tomadas por apenas duas pessoas, sem consulta às organizações membros, violando o carácter colegial do órgão.

“O CNJ tem um colégio directivo. Não é para ser gerido por duas pessoas. Mas Kalunga e Jaca transformaram o órgão em algo bipessoal, sem consultas, sem plenárias, sem transparência.”

Matias afirma que, em cinco anos, nunca foi apresentado um plano anual, nunca houve reunião formal de prestação de contas e nenhum relatório de actividades foi discutido com o colectivo das organizações juvenis.

“Tudo o que sabemos dos programas do CNJ, soubemos pela mídia, nunca em reuniões. Isso é grave, muito grave.”

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