O Bloco Democrático (BD) manifestou, nesta quinta-feira, 13 de Novembro de 2025, “profunda indignação” pela detenção do seu Secretário Nacional da Juventude, Adilson Manuel, e de três activistas da sociedade civil, Faustino Kanegue, Dumilde Quicassa e Tanaice Neutro, ocorrida na 5.ª Esquadra do Bairro Alvalade, em Luanda, enquanto procurava obter informações sobre jovens detidos a 11 de Novembro pela Polícia Nacional.

ANNA COSTA

No comunicado enviado à Redacção do Jornal Hora H, a força política classifica o episódio como “um grave ataque às liberdades e direitos fundamentais” previstos na Constituição angolana e em convenções internacionais de direitos humanos ratificadas pelo país.

O BD considera “inaceitável” que tais incidentes ocorram num momento em que Angola assinala o seu Jubileu de 50 anos de Independência, data que, segundo o partido, deveria simbolizar o reforço dos valores democráticos. Para a direcção nacional, a actuação policial representa “um retrocesso” na consolidação do Estado de Direito e revela “intolerância” perante a intervenção cívica dos jovens.

No documento, o Bloco Democrático exige a libertação imediata e incondicional de todos os detidos, bem como o respeito integral dos seus direitos, incluindo o acesso à informação, a liberdade de expressão, reunião e manifestação. O partido solicita ainda a abertura de uma investigação “transparente e rigorosa” que apure responsabilidades pela detenção que considera arbitrária.

A força política critica igualmente o contraste entre as celebrações oficiais do cinquentenário da Independência e o que descreve como “repressão” contra jovens que reivindicam melhores condições de vida e fiscalização da actuação policial. O partido afirma que não pode haver “alegria plena” nas comemorações enquanto persistirem detenções consideradas injustificadas e acusa as autoridades de promoverem encenações públicas de apoio nas festividades, nomeadamente no jogo entre as selecções de Angola e Argentina.

O Bloco Democrático apela, por fim, à mobilização da sociedade angolana e da comunidade internacional, à qual promete recorrer por via diplomática, para que se posicionem em defesa dos direitos humanos e das liberdades democráticas no país.