ASSASSINADO PELO REGIME ANGOLA: MORTE DE INOCÊNCIO DE MATOS CONTINUA SEM JUSTIÇA

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A Amnistia Internacional voltou, nesta quarta-feira, 12,  a exigir justiça pela morte de Inocêncio de Matos, o jovem baleado mortalmente por forças de segurança angolanas durante uma tentativa de manifestação em Luanda, no dia 11 de Novembro de 2020.

REDACÇÃO JORNAL HORA H

Cinco anos depois, o responsável pelo disparo ainda não foi levado a tribunal, nem as conclusões da investigação foram tornadas públicas.

No comunicado, Vongai Chikwanda, director regional adjunto da Amnistia Internacional para a África Oriental e Austral, lamentou que a família da vítima continue à espera de justiça.

“Ele não cometeu qualquer crime nem constituiu qualquer risco para as autoridades nem para terceiros quando foi morto a tiro. Foi morto simplesmente por tentar exercer o seu direito de liberdade de manifestação”, afirmou.

A organização de direitos humanos considera o caso de Inocêncio de Matos “emblemático da impunidade que impera em Angola”, e acusa as forças de segurança de agirem “como se estivessem acima da lei”.

A amnistia insta as autoridades angolanas a tornarem públicas as conclusões da investigação conduzida pelo serviço de Investigação Criminal (SIC) e a levarem o responsável à justiça “num julgamento justo”.

CONTEXTO HISTÓRICO

No dia 11 de Novembro de 2020, Inocêncio de Matos e outros manifestantes dirigiam-se ao Largo 1.º de Maio, em Luanda, para exigir a realização de eleições autárquicas e melhores condições de vida. As forças de segurança bloquearam as principais avenidas de acesso e dispararam munições reais contra o grupo, resultando na morte do jovem.

O SIC iniciou uma investigação ao homicídio, mas, segundo a Amnistia, apenas testemunhas da vítima foram ouvidas e, cinco anos depois, as conclusões ainda não foram divulgadas.

A morte de Inocêncio de Matos ocorreu quase três anos após a promessa do presidente João Lourenço de realizar eleições municipais, que continuam por acontecer.

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