QUEIXA-CRIME CONTRA BISPO ABRAÃO JÁ NO SIC: EX-DIRIGENTE DA ICCA ACUSADO DE GESTÃO DANOSA E DE “ROUBAR” MILHÕES DA IGREJA
Documentos enviados a Redacção do Jornal Hora H, atestão que a liderança da Igreja de Comunhão Cristã de Angola (ICCA), apresentou na última quinta-feira, 30 de Outubro, uma queixa-crime contra o cidadão Garcia Afonso Tomás, ex-membro e antigo dirigente da instituição religiosa, a quem acusa de abuso de confiança e apropriação indevida de fundos da igreja
REDACÇÃO DO JORNAL HORA H
De acordo com o Ofício n.º 027/DC-ICCA/10-2025, em posse deste JORNAL, Garcia Tomás ou simplesmente Bispo Abraão, que durante vários anos exerceu funções administrativas na ICCA, teria realizado movimentações bancárias não autorizadas e utilizado um cartão Multicaixa associado à conta institucional do Banco de Comércio e Indústria (BCI), com retiradas e transferências superiores a 9,7 milhões de kwanzas.
“O cidadão em causa, sem o conhecimento, nem a devida autorização da entidade competente para o efeito, procedeu a emissão de um cartão Multicaixa associado à conta institucional da ICCA, ligada ao Banco de Comércio e Indústria – BCI, onde de forma pessoal e em secreto, utilizava o cartão para realizar diversas movimentações financeiras de forma sigilosa e não justificada, tais como:
Transferências monetárias para diversas contas bancárias na ordem de 2.538.000, Akz (Dois Milhões e Quinhentos e Trinta e Oito Mil Kwanzas);

Levantamentos de dinheiros na ordem de 4.724.000, 00 Akz (Quatro Milhões, Setecentos e Vinte e Quatro Mil Kwanzas);
Pagamentos de dividas pessoais e aquisição de diversos bens a título próprio, assim como: Kixicrédito, Perfumes, alimentos diversos, despesas pessoais etc…, na ordem 2.478.461 Akz (Dois Milhões, Quatrocentos e Setenta e Oito Mil e Quatrocentos e Sessenta e Um Kwanzas); Perfazendo o total de: 9.740.461,00 Akz (Nove Milhões, Setecentos e Quarenta Mil Quatrocentos e Sessenta e Um Kwanzas).
Observação: Tudo isto, sem ainda referenciar outros valores monetários não calculados, recebidos em mão, conforme o suposto relatório não credível de prestação de conta, referente ao Mês de Junho de 2024 à Maio de 2025, apresentado pelo acusado, alegando a entrada de 17.024.685 Akz e com despesas duvidosas e improcedentes no valor de 15.497.536 Akz, no qual, omite justificar outros valores na ordem de 1.527.149 Akz,” lê-se no documento em posse do Jornal Hora H, datado de 30 de Outubro de 2025.

A direcção da igreja, segundo o documento enviado ao SIC , alega que tais operações foram feitas sem o conhecimento nem a autorização da entidade competente, e que parte dos valores teria sido usada para pagamentos e despesas pessoais.
O documento sustenta ainda que a conduta de Garcia Tomás configura crime de abuso de confiança, previsto no artigo 192.º do Código Penal Angolano, e pede às autoridades a instauração de processo criminal e a reparação dos prejuízos.
O Jornal Hora H sabe que, a apresentação da queixa-crime ocorre após Garcia Afonso Tomás ter denunciado neste Órgão de Comunicação Social alegadas irregularidades no seio da própria igreja, atribuindo as responsabilidades ao bispo Antunes Huambo e à direcção central da ICCA.

Enquanto isto, continuam as trocas de acusações e processos abertos entre as duas partes no Serviço de Investigação Criminal.
A Igreja de Comunhão Cristã de Angola, fundada em 2009 e oficialmente reconhecida em Abril de 2024, tem sede no município do Cazenga, em Luanda, e actua em várias províncias do país.
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