NATURANGOLA REALIZA CONFERÊNCIA SOBRE SAÚDE PÚBLICA, AMBIENTE E DEFENDE ACÇÕES INTEGRADAS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO PAÍS

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A Associação de Naturalistas Socioecológicos de Angola (NaturAngola) realizou neste sábado, 1 de Novembro, em Luanda, a Conferência sobre Saúde Pública e Ambiente, um encontro que reuniu especialistas, autoridades governamentais, académicos e representantes da sociedade civil para debater os desafios que ligam o ambiente à saúde das populações e apontar caminhos para “um desenvolvimento sustentável e integrado”.

ANNA COSTA

O evento decorreu numa das unidades hoteleira em Luanda e contou com a presença de mais de 200 participantes presenciais e cerca de mil participantes online, incluindo decisores políticos, investigadores, médicos, veterinários e ambientalistas.

Durante o encontro, os intervenientes destacaram a urgência de políticas públicas coordenadas entre os sectores da saúde, ambiente e agricultura, de modo a reduzir os impactos das doenças associadas ao “saneamento deficiente e à degradação ambiental”.

Entre as doenças mais citadas estiveram a malária, a cólera e as diarreias agudas, que continuam a estar entre as principais causas de morte no país. Os prelectores  alertaram ainda para os riscos da poluição do ar e da falta de acesso à água potável e saneamento básico, que agravam o quadro de “vulnerabilidade sanitária” em várias comunidades.

Dados das Nações Unidas apresentados durante a conferência indicam que a poluição atmosférica provoca sete milhões de mortes prematuras por ano em todo o mundo, enquanto 2,2 mil milhões de pessoas não têm acesso seguro à água potável e 3,6 mil milhões carecem de saneamento adequado.

A bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários de Angola (OMVA), Carla Fernandes, foi uma das prelectoras convidadas e destacou a importância do envolvimento dos profissionais de saúde animal na proteção da saúde pública.

“O controle de doenças como a raiva depende de uma acção multidisciplinar que envolve médicos veterinários, médicos humanos e as instituições públicas. A saúde pública começa com o cuidado animal”, afirmou.

A responsável alertou para a presença de falsos veterinários no exercício ilegal da profissão e apelou aos proprietários de animais a verificarem sempre a cédula profissional do médico veterinário antes de qualquer atendimento.

“A vacinação contra a raiva é obrigatória e anual. Deve ser feita apenas por profissionais reconhecidos pela Ordem”, reforçou.

Por sua vez, o presidente  da NaturAngola, Belmiro Pascoal, sublinhou que o evento pretendeu criar uma plataforma de diálogo e partilha de conhecimento entre gerações e sectores, de forma a inspirar políticas públicas e práticas comunitárias mais sustentáveis.

“A saúde pública e o ambiente são dimensões inseparáveis. É impossível promover bem-estar sem cuidar do ecossistema que nos sustenta”, destacou

A conferência incluiu painéis temáticos, apresentações científicas e debates abertos, abordando temas emmpaines como o estado da saúde pública em Angola, saúde dos animais e saúde pública, saúde pública educação e cidadania.

No encerramento, os participantes defenderam a criação de programas interministerial que promovam a integração entre saúde, ambiente e educação, bem como o reforço da legislação sobre controle sanitário e proteção animal.

A NaturAngola, fundada por jovens ambientalistas angolanos, reafirmou o seu compromisso com a conservação da biodiversidade, a educação ecológica e a promoção da cidadania ambiental, destacando que continuará a realizar acções de sensibilização e capacitação em várias províncias do país.

“Angola precisa de investir na prevenção, e isso começa pela educação ambiental e pela valorização dos profissionais da saúde e do ambiente”, concluiu a associação.

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