ÍNTEGRA DO DISCURSO DE JOÃO LOURENÇO PRESIDENTE DO MPLA NA IX SESSÃO ORDINÁRIA DO COMITÉ CENTRAL
 
                – Camarada Vice-Presidente do Partido;
– Camarada Secretário Geral do Partido;
– Camaradas Membros do Comité Central;
– Caros Camaradas;
Realizamos hoje esta sessão do Comité Central do nosso Partido, no ano em que o país comemora os 50 anos da sua Independência Nacional e a escassos dias do 11 de Novembro, data em que terá lugar o acto central das celebrações.
O MPLA jogou sempre um papel crucial na luta contra o colonialismo português, tendo sido quem iniciou e encabeçou a Luta Armada de Libertação Nacional a 4 de Fevereiro de 1961, estendendo-a para grande parte do território nacional.
Foi o Presidente do MPLA, António Agostinho Neto, quem declarou, perante Angola e o mundo, a proclamação da Independência Nacional de Angola a 11 de Novembro de 1975, que foi prontamente reconhecida pela comunidade internacional.
Durante este período de meio século de país livre, soberano e independente, atravessámos momentos difíceis, de amargura mesmo, mas soubemos manter sempre acesa a chama da liberdade, lutar pela manutenção da Independência, da soberania e integridade do nosso território nacional, não obstante todas as investidas dos agressores externos.
Importa destacar aqui alguns importantes feitos e conquistas alcançadas, nomeadamente a implantação do multipartidarismo, do Estado democrático de direito, da economia de mercado e a realização regular e periódica de eleições gerais, para a eleição por sufrágio universal dos deputados representantes do povo e do Presidente da República.
Depois da proclamação da Independência Nacional, o facto histórico mais relevante foi, sem sombra de dúvidas, o fim da guerra, o alcance da tão almejada paz com a assinatura dos acordos de 4 de Abril de 2002, o perdão mútuo e, consequentemente, a reconciliação nacional iniciada pelo Arquitecto da Paz, o Presidente José Eduardo dos Santos.
Este processo teve sequência com a exumação e trasladação dos restos mortais de Jonas Malheiro Savimbi para a sua terra natal, conferindo à família o direito natural e ancestral de dar ao seu ente querido um enterro condigno.
No mesmo espírito se enquadra o pedido público de perdão feito pelo Presidente da República, Chefe de Estado, à Nação e a todos os familiares das vítimas dos diferentes conflitos políticos ocorridos em solo angolano desde o 11 de Novembro de 1975 até ao alcance da paz, a 4 de Abril de 2002, na sequência do qual se criou a Comissão Interministerial das Vítimas dos Conflitos Políticos, a CIVICOP, com o lema “perdoar e abraçar”.
Estes factos irrefutáveis demonstram o nosso verdadeiro comprometimento com a paz e a reconciliação nacional, por entendermos que só nesse ambiente é possível reconstruir e desenvolver o país, construir a nação de hoje e do amanhã.
Lamentavelmente, constatamos que, passados 23 anos do fim do conflito armado e alcançada a paz, alguns cidadãos angolanos, mesmo sem razões e fundamentos reais, preferem ter um comportamento de permanente vitimização e auto-exclusão do direito inalienável do exercício e benefício da sua cidadania, que, como angolanos que são, nenhum Estado ou poder político lhes pode retirar.
Este comportamento em nada abona a favor da paz e da reconciliação nacional, revela uma agenda política escondida e de mau agouro para o futuro do país e, por isso, convidamos a todos a abandonar esta postura, contrária ao sentimento da esmagadora maioria do povo angolano.
O MPLA sempre deu a devida importância à necessidade de se preservar a paz conquistada e de se cultivar e praticar a reconciliação nacional em todos os actos da nossa vida.
Para o progresso do nosso país, precisamos do concurso de todos, dos partidos políticos – estando no poder ou na oposição -, das igrejas, das empresas, das associações profissionais, dos investigadores, dos sindicatos e de todos os comprometidos em primeiro lugar com a pátria e a nação angolana.
Saudamos, por isso, todas as iniciativas de pessoas e organizações de boa fé da sociedade civil, das igrejas e outras, que concorram para a consolidação da paz e concórdia entre os angolanos, de promover o debate e reflexão sobre os caminhos da reconciliação nacional.
Saúdo também a realização do culto ecumênico alusivo ao 50.º aniversário da nossa Independência, que será realizado no próximo dia 8 do corrente mês, momento ímpar de contribuição espiritual das igrejas para os diferentes desafios de Angola.
Caros Camaradas;
Nesta reunião do Comité Central do Partido, vamos, entre outros assuntos, debater o tema “Conteúdo Local nas Indústrias dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás”, um assunto de grande interesse no quadro do emponderamento dos empresários e empresas angolanas que queiram entrar neste mundo exigente e bastante competitivo da nossa economia, onde felizmente já temos alguns casos de sucesso.
Vamos também olhar para a nossa agenda política do próximo ano, nas acções de organização e de mobilização que devemos fazer no ano da realização do Congresso ordinário, que vai preparar o Partido para as eleições gerais de 2027.
Devemos preparar e organizar convenientemente o Congresso da OMA que se avizinha, pela importância que esta organização tem para o nosso Partido, pelo importante papel que sempre teve na nossa sociedade na luta pela igualdade de direitos do género, pela emancipação e promoção da mulher angolana na nossa sociedade.
As conquistas alcançadas nestes 50 anos de país independente em todos os domínios da vida, na política, na defesa e segurança, na governação, na economia, na ciência, no desporto, na cultura e em outros domínios, tiveram sempre o cunho e o grande contributo da mulher angolana e a OMA esteve sempre muito presente, acompanhando esta evolução positiva da luta de todos, pela igualdade do género.
Vamos continuar a prestar atenção particular à juventude angolana e à nossa organização juvenil, viveiro de quadros do nosso Partido e importante ponte para com esta importante franja da nossa sociedade, os jovens angolanos.
No quadro da luta política, o Parlamento é um verdadeiro campo de batalha, no bom sentido. Por isso, a direcção do Partido deve preparar melhor os nossos deputados do Grupo Parlamentar, com informação regular e actualizada sobre os grandes temas nacionais, sobre aquilo que mais impacta na vida do cidadão e os esforços permanentes do Executivo para os superar.
Caros Camaradas;
Já não está muito longe o dia 10 de Dezembro, data em que comemoramos mais um aniversário da fundação do nosso glorioso MPLA.
Os Comités do Partido, a todos os níveis, devem realizar importantes actividades, à altura da efeméride, para encerrarmos o ano em alta.
Muito Obrigado.




 
				 
                       
                       
                       
		
		
		 
		
		
		 
		
		
		 
		
		
		 
		
		
		 
		
		
		