VISITA SURPRESA EXPÕE: HOSPITAL DO CUITO A ALIMENTAR PACIENTES COM UM PACOTE DE SALSICHA, FALTA DE HIGIENE E ESCALA DE FUNCIONÁRIOS QUE NÃO EXISTEM

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A administradora municipal do Cuito, na provincial do Bié, Ângela Ucuienga, efectuou, no dia 25 de Outubro, uma visita de constatação à unidade sanitária da Centralidade Horizonte, onde foram identificadas sérias falhas no atendimento aos utentes e deficiências na gestão hospitalar, incluindo falta de higiene, ausência de alimentação e escassez de pessoal.

ANNA COSTA

Durante a visita surpresa, a governante verificou situações de precariedade na assistência aos utentes, desorganização das enfermarias e deficiente estado de higiene nas salas e na farmácia. A falta de roupa de cama, de alimentação para os pacientes internados e a má conservação de medicamentos foram algumas das principais falhas observadas.

Entre os casos registados, destaca-se a situação de uma paciente cujo soro havia terminado sem que um enfermeiro estivesse disponível para proceder à sua substituição. Outros pacientes relataram estar há mais de 24 horas sem receber qualquer refeição, enquanto dezenas de utentes aguardavam atendimento desde as primeiras horas da manhã, alguns com febres elevadas, sem assistência médica.

No momento da visita, apenas dois técnicos estagiários encontravam-se de serviço, tendo a ausência de outros profissionais sido justificada por motivos religiosos ou desconhecidos.

Na cozinha do hospital, a administradora encontrou apenas feijão a ser preparado e um pacote de salsichas destinado à refeição dos internados, situação que motivou o desagrado da responsável, após ouvir pacientes que afirmaram não ter recebido alimentação desde o dia anterior.

Visivelmente indignada, Ângela Ucuienga lamentou o quadro encontrado e advertiu os técnicos de saúde para a necessidade de maior responsabilidade no exercício das suas funções. “Depois acabam por atribuir culpas ao Executivo, quando na verdade há falhas graves de cumprimento de missão por parte de alguns profissionais”, afirmou.

De acordo com a administradora, existem verbas atribuídas para garantir as refeições dos pacientes internados, pelo que considerou injustificável a situação encontrada. Sem apresentar esclarecimentos, o director da unidade manteve-se em silêncio durante a visita.

Após o regresso da administradora, hora depois, foi reportada uma melhoria no funcionamento dos serviços, resultado da intervenção imediata do Gabinete Provincial da Saúde, em coordenação com a Direcção Municipal da Saúde, que desenvolveram um trabalho de reorganização e acompanhamento técnico naquela unidade.

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