DIIP ACUSADA DE TENTATIVA DE EXTORSÃO DE MAIS DE 30 MILHÕES DE KWANZAS A CIDADÃOS CHINESES ACUSADOS DE  CONTRAFACÇÃO DE MARCAS         

transferir (18)

A Direcção da empresa de montagem de televisores damarca Homa, acusa efectivos do Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), destacados no município do Sequele, província do Icolo e Bengo, de conduta indecorosa, alegando tentativa de extorsão no valor de 30 milhões de kwanzas, além da apreensão de mais de 20 televisores da marca Homa, durante uma operação que resultou no desmantelamento de cinco cidadãos chineses suspeitos de se dedicarem à contrafacção de marcas.

Em declarações exclusivas ao Na Mira do Crime, o supervisor da fábrica de montagem, Fernando Hebo, relatou que o episódio ocorreu por volta das 16 horas de segunda-feira, dia 6, quando mais de 20 efectivos daquele órgão, transportados em viaturas de marcas diversas, chegaram ao local.

“Quando eles chegaram, recolheram todos os nossos telemóveis, ameaçando que quem filmasse seria levado para a cadeia.

Em seguida, começaram a pressionar os chefes, alegando que tinham um mandado de detenção contra o proprietário das instalações, identificado. apenas por ‘Li”, relatou.

Acrescentou que, após a chegada do proprietário, os agentes conduziram-no ao interior das naves, alegando estarem a apreender produtos por suposta contrafacção de marcas.

Em seguida, também o colocaram nas viaturas. “Depois chamaram-me e disseram para avisar o chefe que arranjasse 30 milhões de kwanzas, caso contrário não o deixariam ir”, desvendou.

Batista, técnico de montagem de LEDs, explicou que, durante a acção, os seus superiores foram colocados em locais onde não podiam ver os televisores a serem retirados das naves.

Por sua vez, Alexandre João Samuel, segurança da empresa, informou que esta não foi a primeira tentativa de abordagem por parte de alguns elementos do DIIP.

“Já tentaram entrar por duas vezes, mas os seguranças não permitiram. Como não permitíamos a entrada, desta vez vieram mais de 20 elementos e conseguiram forçar a entrada”, disse.

Numa conversa com o proprietário da empresa, identificado apenas como “Li”, visivelmente agastado com a situação, afirmou que foi levado até à esquadra do bairro KM 44, em Icolo e Bengo, onde passou uma noite detido, tendo sido libertado no dia seguinte, sem qualquer pagamento.

Informou ainda que mandado de detenção apresentado pelos agentes do DIIP não continha o seu nome e que, até ao momento, desconhece a quantidade de produtos retirados da empresa.

Pediu, por isso, a intervenção dos órgãos competentes. De acordo com supervisor da fábrica, Fernando Hebo, a acção dos efectivos do DIIP durou mais de cinco horas, e dos cinco cidadãos chineses detidos, um já se encontra em liberdade, no caso o senhor “Li”, enquanto os restantes continuam detidos no Comando do Sequele.

O Na Mira do Crime contactou o porta-voz da Pola Nacional na província do Icolo e Bengo, Intendente, Euler Matari para esclarecer as acusações contra o DIIP.

O oficial refutou as acusações e afirmou tratar-se de informações fabricadas com o intuito de manchar a imagem da corporação.

“Levámos, sim, alguns meios como televisores plasma e um valor monetário de aproximadamente 1 milhão e 200 mil kwanzas, entre outros meios apreendidos, mediante auto de apreensão, que foram apresentados ao Ministério Público, assinado por todos os intervenientes, na presença do advogado deles”, declarou.

Reforçou que, ao nível da polícia, o processo está a ser bem conduzido, e dos cidadãos chineses detidos, um já foi caucionado pelo Ministério Público.

Em nota enviada ao Na Mira do Crime, o DIIP em Icolo e Bengo da conta que que a suposta associação criminosa, composta por cinco cidadãos chineses, com idades entre 26 e 44 anos, são suspeitos de se dedicarem à produção e comercialização de televisores plasma de diferentes polegadas, com as marcas contrafeitas.

A acção resultou na apreensão de três Naves industriais, onde eram fabricados os equipamentos ilícitos e armazenada diversa matéria-prima utilizada na contrafacção.

As investigações apuraram que, após a produção, o material era encaminhado a um armazém localizado na comuna do Kicolo, província de Luanda, onde os televisores recebiam as marcas SAMSUNG, LG e SONY, antes de serem introduzidos no mercado negro.

De acordo com a nota, a mesma rede já havia sido desmantelada há cerca de um ano, na zona do Kiki (Luanda), pela mesma prática. após a anterior desarticulação, mudaram para a Província do Icolo e Bengo, mantendo o mesmo modo de actuação.

Você não pode copiar o conteúdo desta página