RAFAEL MASSANGA SAVIMBI ANUNCIA CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA DA UNITA PARA SUBSTITUIR ADALBERTO COSTA  JÚNIOR

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Rafael Massanga Savimbi, deputado e filho do fundador da UNITA, Jonas Savimbi, anunciou formalmente a sua pré-candidatura à liderança do partido, prometendo um novo caminho baseado no legado histórico da organização e na necessidade de uma “alternância política” em Angola. O anúncio foi feito em uma declaração pública, onde Savimbi se dirigiu a angolanos, membros e delegados do 14º Congresso Ordinário da UNITA.

Em seu discurso, Rafael Savimbi fez um apelo emocional à história do seu partido e da sua família. Ele relembrou que, desde criança, foi inspirado pelas histórias dos reinos e reis angolanos, e pelo legado daqueles que desafiaram o colonialismo, citando especificamente o seu bisavô, Sakaíta, que participou na última Batalha do Bailundo em 1902.

“Esta feito heroico, contado vezes sem conta pelos nossos mais velhos, fez nascer em mim um sentimento que até hoje se consolida e que alicerça a força da minha linhagem, segundo a qual a coragem não se inventa, pois resulta de uma história passada a que pertencemos,” declarou.

Savimbi dedicou uma parte significativa do seu discurso à definição do “Projeto Mongai”, que ele descreveu como o projeto forjado pelos fundadores da UNITA. Segundo ele, Mongai significa:

1.  Liberdade e independência total para os homens e para a Pátria Mãe.

2.  Democracia assegurada pelo voto do povo e por vários partidos políticos.

3.  Soberania, expressa na vontade do povo de ter amigos e aliados, priorizando sempre os interesses dos angolanos.

4.  Igualdade de todos os angolanos na pátria do seu nascimento.

5.  Busca por soluções económicas que priorizem o campo.

O pré-candidato criticou duramente a atual situação política e económica de Angola, governada pelo MPLA, que, segundo ele, “explora e empobrece os angolanos”.

“Infelizmente, 50 anos depois, Angola continua a ser governada pelo mesmo partido. O governo falha redondamente, sufocando cada vez mais a vida do cidadão comum. Este fenómeno, resultado da péssima governação, chama-se drama nacional,” afirmou Savimbi.

Ele destacou que sua candidatura surge num momento crucial, onde a consciência cívica dos cidadãos é crescente e os angolanos “dizem basta” ao mesmo sistema, às mesmas pessoas e às velhas práticas.

Savimbi elogiou a liderança anterior do Dr. Isaias Samakuva e do atual presidente, Adalberto Costa Júnior, por terem conduzido o partido através de períodos difíceis e por terem promovido a democracia interna, culminando na adoção do princípio de múltiplas candidaturas à presidência.

Ao declarar a sua prontidão para concorrer, Rafael Savimbi posicionou-se como a voz de uma nova geração. “Uma geração que cresceu com as marcas da guerra, mas que traz a ousadia da paz e da inovação,” disse ele.

Ele prometeu trazer o legado de coragem e visão estratégica dos seus antecessores, mas “atualizado ao século XXI com ideias novas, modernas e ajustadas ao tempo presente.”

A sua candidatura, segundo ele, visa:

Promover e reforçar a coesão e unidade da UNITA.

Reafirmar a identidade político-ideológica do partido.

 Congregar a sociedade civil e todas as forças vivas da nação para garantir um futuro melhor para todos.

“A nossa pré-candidatura à liderança do partido é um convite a cada militante, a cada delegado e a cada angolano para o ressurgimento da nossa esperança. Juntos faremos da UNITA o instrumento viável de uma alternância que edifique a Angola que merecemos,” concluiu.

O 14º Congresso Ordinário da UNITA, onde será eleito o novo líder do partido, está programado para ocorrer em breve, marcando um momento decisivo para o futuro da principal força da oposição angolana.

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