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A comparação entre a UNITA e o CHEGA não resiste a qualquer exame sério da história, contexto ou missão política. Trata-se de uma associação artificial, feita por sectores que buscam simplificar o debate político angolano e deslegitimar a trajectória de um movimento que nasceu no seio do povo angolano, cresceu com a resistência e se consolidou como uma alternativa nacional.

A UNITA não nasceu em gabinetes, mas no Muangai profundo, no coração da Angola interior. Foi fundada por Jonas Malheiro Savimbi em 1966 como resposta a dois desafios fundamentais: a luta pela independência, contra o colonialismo português e da necessidade de forjar uma identidade nacional plural, capaz de integrar as diversas realidades culturais, linguísticas e históricas de Angola.

Jonas Malheiro Savimbi, ao projectar a UNITA, projectou também um ideal de angolanidade – não como uma abstração, mas como uma construção concreta que inclui: os angolanos das antigas migrações africanas, os angolanos da emigração forçada e voluntária e os angolanos do cruzamento, da mestiçagem e da  convivência cultural.

É nesse sentido que a angolanidade da UNITA se traduz no binómio do Umbundu: AME = EU, ETU = NÓS. A identidade individual e a pertença colectiva caminham juntas. A liberdade do indivíduo só faz sentido no fortalecimento da comunidade nacional.

O CHEGA, em contraste, é um partido português, construído no espaço da democracia ocidental europeia, com suas tensões sociais, sua agenda própria e seus debates internos sobre imigração, identidade e economia.

O CHEGA fala de Portugal e para Portugal. A UNITA fala de Angola e para Angola.

Não há paralelismo estrutural possível. Comparar UNITA e CHEGA é não apenas uma imprecisão analítica, mas um desrespeito histórico.

Outro ponto central: a UNITA nunca foi uma força de provocação. Desde a luta armada até a resistência política, a UNITA foi obrigada a defender-se – do colonialismo, da exclusão política, da manipulação do processo democrático e da violência de Estado.

A narrativa que tenta colar-lhe rótulos externos ignora deliberadamente essa dimensão defensiva.

É um recurso de quem não consegue confrontar a UNITA no plano das ideias, da ética e da capacidade de mobilizar esperança.

Esses ataques, que tentam reduzir a UNITA a equivalentes estrangeiros como o CHEGA, dizem mais sobre quem os faz do que sobre a UNITA.

Revelam pobreza intelectual e ausência de coragem para um debate sério.

Revelam medo de enfrentar a força histórica e presente da UNITA como símbolo de alternância e mudança democrática.

Revelam também um esforço de criminalizar a diferença, porque não conseguem domesticá-la.

A UNITA é de Angola, feita de angolanos, para Angola.

O CHEGA é de Portugal, feito de portugueses, para Portugal.

Confundir os dois é um erro estratégico ou uma manipulação consciente.

No entanto, nenhuma dessas tentativas anula a verdade histórica: a UNITA representa a esperança angolana, a construção da angolanidade plural e a busca pela liberdade integral.

Aos que insistem nas comparações fáceis, resta apenas um aviso: a história não se apaga, nem se falsifica.

OBRIGADO!

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