OMATAPALO ABANDONA OBRAS NA HUILA: LUIS DE CASTRO DENUNCIA PARALISAÇÃO DO HOSPITAL MATERNO-INFANTIL HÁ 13 ANOS

O presidente do Partido Liberal, Luís de Castro, denunciou neste fim de semana a paralisação das obras do que seria o novo hospital materno-infantil da província da Huíla, cujos trabalhos estão suspensos há mais de 13 anos, sob responsabilidade da construtora Omatapalo.
ANNA COSTA
Durante uma visita de constatação ao local, na comuna da Arimba, município do Lubango, o político criticou duramente a falta de continuidade do projecto, apesar das sucessivas promessas e mudanças de liderança na província.
“Desde 2012 que esta obra está paralisada. Já passaram por aqui o governador João Marcelino Tchipingue, Luís Nunes, e agora está actualmente o governador Nuno Mahapi Dala, mas a situação permanece a mesma”, afirmou.
Segundo Luís de Castro, há uma contradição entre a narrativa do Executivo, que afirma estar a investir fortemente no sector da saúde, e a realidade no terreno.

“Há um discurso de que se estão a construir muitos hospitais de grande porte no país, mas aqui temos um hospital essencial abandonado há mais de uma década”, referiu
O líder do Partido Liberal questionou também o conceito de administração pública adotado pelas autoridades. “Gastaram somas avultadas com esta obra, que poderia ter sido aplicada noutras áreas prioritárias. E quem executa é a Omatapalo, uma empresa que parece ter o monopólio das obras públicas no país, com adjudicações directas recorrentes”, apontou.
Durante a visita, foi também mostrado o residencial que seria destinado à residência dos médicos que iriam trabalhar na maternidade e pediatria. O imóvel, inaugurado em 2016, nunca foi habitado, apesar das carências habitacionais enfrentadas pelos profissionais de saúde na região. “Por que razão os médicos não estão aqui, enquanto enfrentam sérias dificuldades habitacionais?”, questionou.
Luís de Castro alertou ainda que, em vez de concluir as obras inacabadas, o mesmo governo responsável pela sua paralisação acabará por gastar novamente recursos públicos na sua reabilitação.
“O que vai acontecer é que o mesmo governo vai investir nesta obra algo que já devia estar a funcionar há anos. Isto é uma forma clara de drenagem do erário”, concluiu.
O jornal Hora H, contactou a direcção da empresa Omatapalo para algum esclarecimento sobre a situação, mas sem sucesso.