MANO JOEL, O MUNDO DÁ MUITAS VOLTAS, NÉ? – GRAÇA CAMPOS

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Condenado a 19 anos de prisão efectiva, pena que depois foi reduzida para sete anos, AugustoTomás, antigo ministro dos Transportes, foi devolvido à  liberdade incondicional em. Dezembro de 2022.

Ministro de José Eduardo dos Santos entre 2008 a 2017, foi dos primeiros membros do antigo regime a responder em tribunal no âmbito de uma implacável cruzada contra a corrupção e a impunidade que João Lourenço adoptou como “guiões” do seu Governo.

Ministro dos Transportes, que tutelava o Conselho Nacional de Carregadores, uma verdadeira “mina”, Augusto Tomás foi levado a tribunal e julgado da prática de crimes como “peculato, violação das normas de execução do plano de orçamento, abuso de poder e participação económica”.

Estranhamente, os juízes conselheiros do Tribunal Supremo  que decidiram o recurso entretanto interposto por Augusto Tomás não. Apenas reduziram de 19 para 7 anos o tempo de prisão efectiva, como justificaram a privação de liberdade do antigo governante com argumentos no mínimo esquisitos.

No acórdão o corpo de juízes conselheiros, presidido por Joel Leonardo, presidente do Tribunal Supremo, estriba a sua decisão em “cambiantes políticas”.

“(…) atendendo as cambiantes políticas justificava-se a. condenação”, diz o acórdão.

Na extensão decisão, não há a menor explicação das ditas “cambiantes políticas” que justificaram a condenação de Augusto Tomás.

Temos, então, que Augusto Tomás não foi condenado pela prática de qualquer crime de peculato, de violação das normas de execução do plano de orçamento, abuso de poder ou de participação económica.

Dispensado, muito tardiamente, das funções que nunca deveria ter exercido no Tribunal Supremo, espera-se que Joel Leonardo tenha agora tempo suficiente para um exaustivo exame de consciência. Ao brigadeiro Joel Leonardo também agora vai sobrar tempo para preparar defesas para a enxurrada de processos criminais que se atravessarão no seu caminho.

Agora que o “Chefe” Ihe puxou o tapete, o brigadeiro vai ter de contar apenas consigo. E é melhor que ele comece já a preparar uma interpretação razoável para as suas enigmáticas cambiantes políticas com que justificou a prisão do outro.

“Kanjila ka jokota munzongue walulu”. Implora-se às pessoas de bem que traduzam esse dito kimbundu ao brigadeiro nascido em Caconda.

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