POBREZA INTELECTUAL LEVA NORBERTO GARCIA RESPONSABILIZAR DIOGO CÃO PELA CORRUPÇÃO ENDÉMICA EM ANGOLA

O director do Gabinete de Estudos e Análises Estratégias da Presidência da República, Norberto Garcia, disse, recentemente, que a corrupção existente em Angola, por parte dos membros do MPLA, é culpa do histórico navegador português Diogo Cão, que mais do que desembarcar na foz do Zaire, em 1482, trouxe consigo a corrupção nesse território.
FRANCISCO MWANA ÚTA
A declaração ganhou destaque e levantou vários comentários por parte dos angolanos, e um deles foi o analista Nguindo António, que entende que as declarações de Norberto Garcia resultam de uma pobreza de raciocínio e uma falência moral.
“Tal afirmação não só revela uma pobreza de raciocínio, como expõe o desespero de alguém incapaz de sustentar argumentos sérios diante de um contraditório”, disse, acrescentando que, é preciso ter estômago para assistir a certas cenas de degradação intelectual.
“Ver Norberto Garcia a responsabilizar Diogo Cão pela corrupção endémica do MPLA é assistir ao funeral da razão e ao sepultamento da honestidade política. Que se saiba, o navegador português não assinou contratos de petróleo, não desviou fundos públicos e tampouco distribuiu cartões de militante. Atribuir-lhe o descalabro ético dos dirigentes do MPLA é, no mínimo, uma confissão pública de falência moral”, sublinhou, ressaltando que este político do MPLA está sem instrumentos intelectuais e éticos para sustentar a verdade, restando-lhe apenas o refúgio nas mentiras, com argumentos infantis e infundados.
Por isso, Nguindo António lamenta e revolta-se, ao mesmo tempo, ao ver como a sede pelo poder e pelo pão pode arrastar um homem, outrora tido como intelectual, à mais profunda cova da pouca vergonha. “Norberto Garcia tornou-se a caricatura de si próprio: um político sem credibilidade, pronto a sacrificar a dignidade pessoal em troca de migalhas de influência”, frisou.
O analista compreende que este dirigente degrada-se a cada intervenção, revelando-se incapaz de defender ideias sérias e cada vez mais refém do ridículo.
“Norberto Garcia já não representa a figura de um pensador ou de um académico, mas a de um sobrevivente político sem escrúpulos, disposto a rastejar para se manter à mesa do poder. A sua retórica é uma afronta à inteligência dos angolanos e um insulto à própria memória colectiva”, atacou.