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ÍNTEGRA DO DISCURSO DE JOÃO LOURENÇO PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DA UNIÃO AFRICANA, NA ABERTURA DA SESSÃO DE DIÁLOGO EMPRESARIAL PÚBLICO-PRIVADO NA 9ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE TÓQUIO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE ÁFRICA – TICAD9

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Excelência Shigeru Ishiba, Primeiro-Ministro do Japão;

Excelências Chefes de Estado e de Governo de países africanos;

Distintos membros do Governo japonês;

Ilustres Empresários;

Minhas Senhoras, Meus Senhores;

Em nome dos Estados-Membros da União Africana, gostaria de começar por expressar os nossos agradecimentos ao Governo e ao povo do Japão pela hospitalidade e calorosa recepção que nos foi reservada desde a nossa chegada em território japonês.

Reunimo-nos num momento de grande incerteza global, em que as alianças estabelecidas estão a ser testadas e a ordem mundial a se tornar cada vez mais complexa. Neste contexto, a parceria África-Japão revela-se mais importante do que nunca, por ser uma relação que vimos construindo na base do respeito mútuo e na prosperidade partilhada.

O Japão, com as suas capacidades tecnológicas e espírito inovador, precisa de parceiros fiáveis e de longo prazo. África, com a sua variedade de recursos naturais, população jovem e vasto mercado, apresenta-se como a chave para diversificar as cadeias de abastecimento e garantir um futuro sustentável para as nossas nações e parceiros estratégicos.

Durante a 8ª Cimeira da TICAD, recordo que o Japão anunciou o objectivo de investir 30 mil milhões de dólares em três anos, tendo já registado progressos assinaláveis, e o último inquérito da Organização de Comércio Externo do Japão, a JETRO, revela que 57% das empresas japonesas que operam em África pretendem não só consolidar, mas também alargar as suas actividades no nosso continente.

Este importante dado não é apenas um indicador da qualidade e oportunidade dos investimentos, constitui um verdadeiro testemunho e um voto de confiança no potencial de longo prazo de África para com um valioso parceiro que é o Japão.

Muitos desses investimentos contribuem para o desenvolvimento de infra-estruturas de energia, transportes e logística, que são fundamentais para a industrialização de África e integração mais equilibrada na economia mundial, com benefícios recíprocos.

EXCELÊNCIAS,

MINHAS SENHORAS, MEUS SENHORES,

É indiscutível o facto de África ser um continente em crescimento, impulsionado por uma visão de futuro contida na Agenda 2063 da União Africana. Uma África próspera, integrada e pacífica, ocupando o lugar que lhe cabe na arena mundial.

Vislumbramos um continente em que a nossa juventude seja capacitada, as nossas economias sejam diversificadas, as nossas infra-estruturas robustas e os nossos povos vivam com dignidade e em harmonia.

Esta agenda ambiciosa não se trata de uma simples aspiração, é um quadro estratégico que orienta os nossos esforços colectivos para a autossuficiência e o desenvolvimento sustentável.

Recentemente, na Cimeira Empresarial África-EUA que se realizou em Angola, realçamos a disponibilidade de África para parcerias de negócios que promovam o seu desenvolvimento.

Esta dinâmica continua aqui em Yokohama. Nós, na União Africana, acreditamos firmemente que o sector privado é o motor estratégico do crescimento inclusivo e do desenvolvimento sustentável.

É o sector privado que cria empregos, promove a inovação, impulsiona a industrialização e constrói a riqueza necessária para que as nossas sociedades prosperem.

É com esta convicção que defendo constantemente a existência de plataformas como o Fórum do Sector Privado da União Africana.

Os Estados-membros da União Africana estão comprometidos com a criação de um ambiente propício ao florescimento dos empresários africanos inovadores, que assumem riscos e são criadores de emprego, sendo a espinha dorsal das nossas economias, por traduzirem as nossas aspirações continentais.

E no centro desta viagem transformadora está a implementação da Zona de Comércio Livre Continental Africana.

Esta iniciativa emblemática da Agenda 2063 constitui um poderoso instrumento de integração económica, unindo 1,4 mil milhões de pessoas num mercado único com um PIB combinado superior a 2,8 biliões de dólares.

A Zona de Comércio Livre Continental Africana tem vindo a eliminar barreiras comerciais, a harmonizar a regulamentação comercial, expandindo mercados e gerando oportunidades excepcionais para o investimento privado nos mais variados domínios e sectores da economia.

Tal como será explorado nas sessões temáticas de hoje, desde a diversificação económica à promoção da integração inter-regional e ao reforço das finanças, a Zona de Comércio Livre Continental Africana proporciona o quadro para parcerias verdadeiramente impactantes.

Neste sentido, convido as empresas japonesas a estabelecer e reforçar relações de cooperação com empresários africanos, a investir em soluções para os desafios que enfrentamos, a apoiar no desenvolvimento do nosso capital humano e a criar cadeias produtivas de valor modernas e eficientes, consolidando a parceria estratégica e histórica entre o Japão e África.

EXCELÊNCIAS,

MINHAS SENHORAS, MEUS SENHORES,

Uma colaboração benéfica para ambas as partes deve assentar em bases sólidas que vão, para além do comércio, passa pelo investimento privado directo, a fim de promover uma relação sustentável a longo prazo que contribua para a prosperidade partilhada.

Ao iniciarmos este diálogo empresarial público-privado, é importante que nos comprometamos com resultados concretos.

Apelo à identificação de estratégias operacionais que capacitem os nossos sectores privados, colmatem as lacunas de investimento, promovam a diversificação e resiliência das economias e acelerem a realização da Agenda 2063. O futuro de África é brilhante e com parceiros como o Japão estou confiante de que podemos acelerar a construção da ‘África que Queremos’, um continente próspero, integrado e desenvolvido dos pontos de vista económico, técnico-industrial e social. Muito Obrigado.

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