POPULAÇÃO DO BAIRRO MBONDO CHAPÉ EM LUANDA SEM ÁGUA HÁ MAIS DE 5 MESES

Os residentes do bairro Mbondo Chapé, no município do Talatona, em Luanda, estão sem água há mais de cinco meses. A situação tem encarecido cada vez mais a vida destes cidadãos.
FRANCISCO MWANA ÚTA
Este cenário, que leva muitos a recorrer a alternativas como a compra de água em caminhões-cisterna ou de motoqueiros, conhecidos como “kupapatas”, tem causado uma enorme frustração aos moradores, dado as condições sócio-económicas de que carecem, nem sempre suficientes para aquisição do líquido precioso, que, às vezes, é comercializado entre 150 a 250 kz por cada bidão.
A última vez que estes cidadãos viram a água jorrar em suas torneiras foi em meados de Março, depois de terem ficado sem o líquido cerca de 6 meses. Apesar do tempo de seca, o período que começou a jorrar água nas torneiras destes não correspondeu um mês sequer em comparação ao tempo de carência. E como um “déjà vu” perfeito, o cenário voltou a repetir-se, deixando os cidadãos com sede cada vez mais sedentos.

Daí que, os moradores apelam a empatia das autoridades competentes para, deste modo, solucionar o mais rápido possível problema, porque isto tem-lhes deixado entre “a espada e a cruz”, em que não sabem se os poucos Kwanzas que têm compram o pão ou compram água. Ou seja, se decidir beber, não vai comer, e se preferir comer, fica sem beber.
Enquanto isso, os bairros vizinhos, como Fubu e Danjareux, já beneficiam dos serviços da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL), o que tem deixado os residentes do Mbondo Chapé indignados e confusos com a selectividade dos serviços desta instituição. Logo, pedem por esclarecimentos da direcção da EPAL sobre a situação.
Ainda este ano, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, revelou que o Governo pondera transferir a gestão do sistema de abastecimento de água para empresas privadas com histórico comprovado de excelência. A intenção, segundo o ministro, é melhorar a qualidade e a quantidade de água fornecida à população, através de um modelo contratual que vise responder de forma mais eficiente às necessidades urgentes dos cidadãos.