“SAÍDA DE ALVES FERNANDES DA RÁDIO MFM É RESULTADO DO DESENTENDIMENTO COM CARLOS ROSADO” AFIRMAM ANGOLANOS

O jornalista Alves Fernandes anunciou, este sábado, 16, a sua saída da rádio MFM onde estava associado há mais de três anos. A saída foi por decisão própria.
NDOMBI ZADIMENGA
Alves Fernandes era o pivô do programa Estado da Nação, o programa de maior audiência da desta estação radiofónica. Agredecido aos ouvintes, internautas, colegas e aos convidados, disse que a decisão assenta-se no abraçar de novas oportunidades na carreira.
Fernandes sublinhou, ainda, que este período foi um dos mais gratificantes da sua carreira de 42 anos, destacando o ambiente de companheirismo e os desafios que o ajudaram a crescer profissionalmente.
Entretanto, para os cidadãos ouvidos pelo Jornal Hora H sobre o assunto, não duvidam que as verdadeiras causas estejam ligadas ao desentendimento que o jornalista teve com o economista Carlos Rosado de Carvalho e até então um dos analistas residentes do programa Estado da Nação, que aconteceu recentemente enquanto decorria o programa, onde “arbitrariamente” o jornalista procurou censurar o economista quando este tentava abordar sobre a cumplicidade de Joaquim Jaime, um dos membros do painel de comentadores, junto da TPA, que, a muito custo, queriam desinformar os angolanos quanto a grave dos taxistas do final de Julho, que terminou em vandalismo. Alves Fernandes interrompeu os argumentos de Carlos Rosado, dizendo que no programa Estado da Nação mandava ele e se o economista quisesse abandonar os estúdios da estação, estaria à vontade. “Carlos, não te esqueças que estás no meu programa e aqui mando eu”, dissera Alves Fernandes na ocasião.
Após a escaramuça, Carlos Rosado anunciou o afastamento definitivo do programa como analista, resultando, no final, em um alvoroço de comentários negativos para o jornalista Alves e, consequentemente, para a rádio MFM, o que, certamente, a imagem da pluralidade que a rádio carrega estava a ser manchada.
Daí que, o público entende que, por conta disso, a direcção da MFM viu-se obrigado a tomar tal atitude sob pena de cair na descredibilidade e, concomitantemente, reduzir drasticamente a audiência.
“Na arena da comunicação social, a palavra deve ser ponte e não espada. Quando o jornalista em causa destratou Carlos Rosados de Carvalho em pleno programa, o gesto não apenas atingiu o interlocutor, mas também corroeu a sua própria credibilidade. A arrogância, quando se sobrepõe ao diálogo, transforma o talento em intolerância e o respeito em desconfiança. O público, exigente e atento, sabe distinguir firmeza de prepotência.
No fim, o maior prejudicado é sempre quem confunde autoridade com soberba”, argumentou o cidadão Celestino Mulele, reafirmando a tese dos que acreditam que terá sido a soberba – e não o abraçar de novos desafios – o real motivo do afastamento do jornalista.
Em contrapartida, a direcção da Rádio MFM reiterou que em causa, tal como o próprio jornalista já referiu, está o propósito de abraçar novos desafios profissionais, e não por razões de natureza editorial.