RELATÓRIO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA ACUSA ANGOLA DE MORTES ARBITRÁRIAS

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Saiu, recentemente, o relatório de Práticas de Direitos Humanos de 2024 do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América (EUA) e um dos países com nota negativa é Angola. No relatório, os EUA acusam Angola de mortes arbitrárias, detenções ilegais e censura à imprensa. Mas o activista Florindo Chivucute disse que a situação só piorou de 2024 para 2025.

O documento atesta que, “os casos mais significativos relacionados com os direitos humanos incluíram relatos credíveis de: mortes arbitrárias ou ilegais; tratamento ou punição cruel, desumano ou degradante; detenções ou prisões arbitrárias; restrições graves à liberdade de expressão e à liberdade dos media, incluindo ameaças de violência contra jornalistas, detenções ou processos injustificados contra jornalistas, ou censura.”

O relatório da administração norte-americana sobre direitos humanos aponta ainda para a “proibição de sindicatos independentes ou restrições significativas ou sistemáticas à liberdade de associação dos trabalhadores”.

Relativamente a este relatório, o director-geral da associação “Friends of Angola”, Florindo Chivucute, disse, ao DW África, que este documento espelha, pura e simplesmente, a realidade.

“Infelizmente, devo dizer que é verídico. O que esse relatório espelha é apenas a realidade que nós vivemos. Mas é importante lembrar aqui que se trata do relatório de 2024. No entanto, de lá para cá, muita coisa aconteceu. Estamos já a mais de meio do ano de 2025 e a situação piorou significativamente”, sublinhou.

Revelou que já foi vítima, no ano passado, de uma dessas detenções arbitrárias, pelo simples facto de estacionar o carro onde não deveria. Por esta razão, foi brutalizado, levado à esquadra e torturado. Passando a noite ao relento, com mosquitos, algemado numa cadeira, sem comida nem água, durante 24 horas.

Sobre aqueles que defendem que os Estados Unidos não têm direito de se intrometer nos assuntos do país, o activista lembrou-lhes que os direitos humanos são universais e que, tanto os Estados Unidos como as Nações Unidas ou um país como Portugal, se quisesse, têm, sim, o direito de fazer menção a este tipo de situações. Até porque Angola, de vez em quando, também comenta situações que ocorrem noutros países.

“Penso que a União Europeia também devia seguir este tipo de pronunciamentos, porque, tal como já disse e repito, os direitos humanos são universais”, reforçou.

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