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JOÃO LOURENÇO ACUSADO DE SER CONTRA QUEM O CONTRARIA

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Em reacção ao comunicado do Conselho da República, reunido na segunda-feira, 11, com a preocupação virada aos cenários de tumultos que Angola registou em Julho, o jornalista Carlos Alberto afirmou que o Presidente da República, João Lourenço, é com quem o contraria.

Em razão disso estão os cartazes da “ordem pública”, “estabilidade”, “desinformação” e “incitação à violência nas redes sociais” que a Presidência da República insiste em levantá-las como senão soubessem das reais causas que motivaram o povo ao vandalismo e às arruaças.

“Quando o comunicado fala de ‘estabilidade’ e do restabelecimento dos serviços, descreve uma fotografia de curta exposição: limpa, mas enganadora. É estabilidade policial, não social. Não há tumultos, mas continua a haver fome, desemprego, preços de combustíveis a sufocar famílias, escolas e hospitais em situação crítica. Sem nomear estas causas, o Conselho da República limita-se a enfeitar a vitrina enquanto a mercadoria apodrece”, esclareceu.

Ao apontar “desinformação” e “incitação à violência” nas redes sociais, o jornalista entende que, é repetir a velha desculpa de que a instabilidade nasce de fora. “É verdade que há manipulação — mas não há manipulação que crie desespero onde existe dignidade. As redes não inventam o fogo; apenas mostram o fumo. E, quando o país já está a arder, atacar o mensageiro é perder tempo precioso”.

Para Carlos Alberto, no texto do Conselho da República não há uma linha sobre o que realmente mina a paz social: políticas públicas ineficazes, serviços em colapso e um Estado que não assume a sua quota de responsabilidade. Disse que isso é como tentar curar febre com maquilhagem.

Por isso, acredita que seria um ganho para João Lourenço se tivesse no Conselho da República figuras realmente independentes, com coragem de lhe dizer o que ele não quer ouvir. Porque rodear-se de quem apenas confirma o que já pensa é dar aos adversários a maior arma: deixá-lo falar sozinho, sem confrontos, sem questionamento, sem alternativas.

“Num cenário em que a popularidade do Presidente está em queda livre, os comunicados que ignoram as causas reais e preferem slogans de ordem pública não apenas falham em resolver problemas — fabricam novos. E, Presidente, os adversários agradecem: nem precisam de fazer campanha”, sublinhou.

Carlos Alberto ressalta que, segurança pública não é ausência de gritos nas ruas, é presença de justiça, de pão, de dignidade. Por isso, enquanto o executivo não entender isto, o país continuará a arder — e o Conselho da República a segurar apenas o extintor para as câmaras.

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