ANGOLA ESTÁ NUMA CRISE PROFUNDA DE VALORES MORAIS E ÉTICOS – ISAÍAS SAMAKUVA

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Em vésperas dos 50 anos de independência de Angola e os recentes tumultos ocorridos no país, o ex-presidente da UNITA, Isaías Samakuva, quebrou o silêncio e disse que, actualmente, Angola vive uma crise de valores morais e éticos.

FRANCISCO MWANA ÚTA

Daí entende que, precisa-se do caminho de transformação de uma nova consciência. “Precisamos de consciências despertas, de vozes firmes, de corações limpos e de mentes lúcidas”, determinou

Para que se alcance a sociedade ideal de Samakuva, de princípios morais e éticos firmes, ele propõe determinadas linhas de acção e prática, tendo como base os comportamentos e atitudes correntes. A unidade dos angolanos é a primeira propostas das várias que elencou por acreditar que, para se construir o país e torna-lo mais homogéneo, precisa-se, primeiro, de reconhecerem-se uns aos outros e respeitar as diferenças para se edificar a nação plural a partir de uma identidade comum e de um objectivo comum.

“Para tal, é importante promover o diálogo aberto e construtivo entre os diferentes grupos e criar espaços de debates sem tabus, onde as diversas opiniões possam ser ouvidas e tidas em conta”, disse o político.

Feito o percurso dos primeiros 50 anos de independência nacional, o antigo número um da UNITA entende também que, a noção angolana precisa de um novo pacto social que seja um projecto nacional inclusivo que transcenda interesses partidários e coloque o bem-estar colectivo como prioridade; combater as desigualdades sociais com um investimento forte e equitativo em educação, saúde, emprego e habitação, especialmente nas zonas mais esquecidas; sugere reformas fiscais e económicos para permitir a distribuição das riquezas e oportunidades; incentiva a promoção de uma cultura de reconciliação verdadeira, ultrapassando a cultura de divisão política-partidária nos seios das famílias.

Destacou, ainda, que, é preciso separar Estado e partido, reforçar a ideia de que a crítica política não é traição, que a divergência é saudável numa democracia. “Precisamos promover a noção de que a cidadania está acima dos partidos, primeiro e, acima de tudo, somos cidadãos”, reforçou.

Ao longo do discurso que enviou à redacção do Jornal Hora H, o político sublinhou que a proclamação da independência é um mero acto que se protagoniza num só momento e num só dia, já a construção da independência é um processo iminentemente cultural, político e participativo, que requer instituições fortes, lideranças visionárias, patriotismo, construção de consenso e coesão nacional.

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