A Polícia Nacional (PN) impediu, na manhã desta terça-feira, 15, uma actividade de mobilização porta a porta promovida por militantes da UNITA, no município de Cacuaco, província de Luanda. Segundo relatos obtidos pelo Jornal Hora H, a acção da polícia incluiu a dispersão de dezenas de militantes, sete detenções e restrições à circulação nas imediações da vila local.

ANNA COSTA

Segundo com fontes policiais, a intervenção visou travar o que consideraram uma tentativa de manifestação contra o aumento do preço dos transportes, acusação prontamente desmentida pela UNITA.

O secretário provincial da UNITA em Luanda, Adriano Abel Sapināla, afirma que a acção se tratava de uma jornada de campo regular, no âmbito das atividades municipais do partido, e critica o que considera uma interpretação abusiva por parte das autoridades.

“Não é verdade que pretendíamos fazer uma manifestação. A nossa presença nas ruas faz parte das acções normais do partido. A Polícia fingiu não ter domínio da situação e agiu com precipitação”, declarou Sapināla.

O dirigente considera ainda que a reacção das forças de ordem foi desproporcional e injustificada, acrescentando que algo semelhante ocorreu no município da Maianga, embora com menor intensidade.

“A Polícia está a interpretar cada iniciativa partidária como manifestação, o que é preocupante. Houve uma clara precipitação e uso excessivo da força”, acrescentou.

A UNITA alega ter informado previamente as autoridades administrativas e o comando municipal da Polícia Nacional sobre a realização da jornada, tendo inclusive reunido com estas no último Domingo. Ainda assim, a atividade foi interrompida.

Durante a operação, sete militantes do partido foram detidos, mas libertados horas depois. Vários cidadãos também relatam episódios de agressão durante a acção policial.

Até ao momento, o Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional não emitiu uma nota oficial sobre o incidente.