PEDRO SIMÃO PROPRIETÁRIO DA AGÊNCIA DE VIAGENS ACUSADO DE BURLAR VÁRIOS CLIENTES

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Os clientes da agência de viagens “Destino Melhor” acusam o proprietário, Pedro Simão, de burla, após enfrentarem atrasos de mais de 1 ano na conclusão de processos de vistos para estudantes, trabalho, entre outros.

ANNA COSTA

Segundo os denunciantes, a agência já foi considerada confiável no passado, mas essa reputação deteriorou-se e considera que hoje, vive-se mais de mentiras.

“ Tentamos contactar o proprietário, mas ele não responde. Pedro Simão destruiu o sonho de muita gente. Conheço pessoas que venderam carros e casas para custear os processos de viagem”, afirmou outra cliente.

Alguns perderam completamente a esperança de viajar. Uma jovem conta que escolheu a agência por prometer agilidade nos trâmites. “Diziam que em três meses o processo estaria concluído. Já se passaram mais de 10 meses e nada foi resolvido.”

Mais de 60 jovens encontram-se na mesma situação. A empresa comprometeu-se a reembolsar os que desistiram do processo, com valores que variam entre 2 a 3,5 milhões de kwanzas, mas até agora poucos receberam qualquer valor.

Outro ponto de preocupação é a instabilidade da sede da agência. Os clientes disseram que  em pouco tempo, já foram atendidos em três locais diferentes, todos arrendados. A última localização foi no Largo Primeiro de Maio, em Luanda, onde a agência funcionou por apenas dois meses.

No dia 31 de Maio de 2025, as portas encontravam-se fechadas com um aviso de que em breve reabririam em outro local, porém ninguém atendia os contactos que foram disponibilizados para informações nem respondem às mensagens. Na mesma data, mais de 20 pessoas compareceram à agência e, ao encontrá-la encerrada, demonstraram indignação.

 “Não vim aqui para conversar. Vim com os meus homens para carregar tudo que encontrasse dentro desta agência”, declarou um responsável por um jovem que tem a receber 3,5 milhões de kwanzas.

Os clientes também manifestam preocupação com o facto de Pedro Simão estar actualmente fora do país enquanto muitos reclamam para verem solucionadas as suas situações.

A equipa de reportagem do Jornal Hora H entrou em contacto com o acusado, que negou as acusações de burla e alegou estar a realizar reembolsos gradualmente. Segundo ele, os atrasos devem-se à recente reestruturação da AIMA (Agência para a Imigração e Mobilidade Académica), o que teria dificultado os procedimentos.

Sobre a mudança constante de locais, Pedro Simão afirmou que os senhorios decidiram rescindir os contratos de arrendamento devido ao tumulto gerado por clientes impacientes com os agendamentos.

Apesar disso, garantiu que está a fazer todos os esforços para pagar os montantes devidos e que alguns pagamentos já foram iniciados. No entanto, frisou que os clientes que têm promovido tumultos serão os últimos a serem reembolsados, por alegadamente mancharem o nome da sua instituição.

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