REVERENDA DEOLINDA DORCAS TECA APELA À VALORIZAÇÃO DO SACRIFÍCIO HISTÓRICO E AO DIÁLOGO ENTRE GERAÇÕES

À margem do acto de reflexão promovido pelo MOVANGOLA, inserido nas comemorações dos 50 anos da independência de Angola, a reverenda Deolinda Dorca Tecas defendeu a valorização do sacrifício humano e material que permitiu a construção de uma Angola independente e soberana e apelou ainda à promoção do diálogo inter-geracional como base para a preservação da memória colectiva do país.
ANNA COSTA
Em declarações feitas ao Jornal Hora H, a ex-secretaria geral do Conselho das Igrejas Cristãs de Angola (CICA), começou por destacar a importância de reconhecer aqueles que deram contributos reais e decisivos para a conquista da independência e da paz no país.
“ Eu começaria por olhar para aqueles que realmente contribuíram para o alcance da independência de Angola e da paz. É fundamental valorizarmos os recursos humanos, porque foram eles que sustentaram essa conquista com muito sacrifício”, afirmou.
A também conselheira do Presidente da República, sublinhou que os avanços nas infraestruturas nacionais também são fruto dessa dedicação e não devem ser desvalorizados no contexto histórico das últimas cinco décadas.
“ Devemos olhar para os hospitais, escolas, aeroportos, centros médicos e tantas outras infraestruturas que foram construídas no período pós-independência, muitas vezes com enorme esforço. Tudo isso foi feito por pessoas que sonhavam com uma Angola autónoma e soberana. Esse sacrifício deve ser reconhecido e respeitado”, destacou.
Dorcas Teca chamou ainda a atenção para a necessidade de se estabelecer um verdadeiro diálogo entre gerações, como forma de manter viva a história de Angola.
“ Precisamos olhar com mais atenção para aquilo que o mundo chama de diálogo intergeracional. Os mais velhos devem contar e escrever a história, partilhar aquilo que realmente fizeram, para que os mais jovens compreendam de onde viemos e o que nos trouxe até aqui” , defendeu.
A reverenda concluiu que preservar essa memória não é apenas uma questão de justiça, mas também uma ferramenta educativa e cívica fundamental para o futuro do país.
“ Temos de garantir que a nova geração reconheça e respeite os alicerces sobre os quais se construiu a nossa independência. Isso só será possível se preservarmos a história enquanto ainda temos entre nós os que a viveram”.