MILITANTES DO MPLA ATACAM CARAVANA DA UNITA NA NGALANGA GENERAL APOLLO ENTRE OS FERIDOS

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Uma caravana da UNITA liderada pelo seu secretário provincial no Huambo foi alvo de um ataque violento na tarde de quinta-feira, 29, no município da Ngalanga, província do Huambo. O incidente, que ocorreu a escassos 30 metros do Comando Municipal da Polícia Nacional, resultou em sete feridos, entre os quais o General Apollo Felino Pedro Yakuvela, e no desaparecimento de um membro da comitiva.

Segundo um comunicado divulgado por Chemba Nima Sapalalo, quadro da UNITA, o grupo visava apresentar formalmente o novo secretário municipal da organização às autoridades locais. A visita institucional contava com o conhecimento prévio do Comando Provincial da Polícia Nacional, do Governo Provincial e da Administração Municipal.

O ataque terá ocorrido cerca das 15 horas, quando a comitiva se dirigia ao Comando da PNA para uma saudação de cortesia. De acordo com Sapalalo, os agressores – estimados em mais de 150 indivíduos identificados como militantes do MPLA – usaram pedras, paus e catanas no ataque. A Polícia Nacional interveio tardiamente, já quando os militantes da UNITA resistiam e conseguiam equilibrar a situação.

“Foi necessária contenção da nossa parte para não retalharmos. Estávamos em vantagem, mas seguimos as orientações superiores para não avançar”, disse Sapalalo no comunicado. Ele afirma que, inicialmente, os efectivos da polícia terão apontado as armas à comitiva da UNITA e só mudaram de posição após alertas dos próprios membros do partido do “galo negro”.

A UNITA denuncia ainda a inércia inicial da PNA, questionando como uma concentração tão expressiva de indivíduos – a apenas 30 metros do Comando  não foi identificada com antecedência. “A polícia alegou surpresa. Como é possível com mais de 150 pessoas aglomeradas a esta distância?”, questiona o documento.

As críticas estendem-se à ausência da Administradora Municipal e da Primeira Secretária Municipal do MPLA, que, segundo o comunicado, “estavam fora da sede” no momento do ataque. A UNITA também lamenta a alegada falta de meios da PNA no local, apesar dos seus recursos operacionais, como carros blindados, lançadores de água quente, cães e cavalos.

Após o ataque, a caravana foi escoltada até ao Comando da Polícia Nacional, onde permaneceu cercada por simpatizantes do MPLA. Durante a retirada, o grupo terá sido emboscado mais de uma vez.

A UNITA informa que, até ao momento, nenhum dos atacantes foi detido, e que o paradeiro de um dos seus membros continua desconhecido. A Polícia Nacional garantiu estar a trabalhar para localizar o desaparecido.

O episódio reacende preocupações sobre a tolerância política e o respeito à diferença na província do Huambo. A UNITA apela à reflexão nacional, apontando que o município da Ngalanga continua a enfrentar pobreza extrema, falta de infra-estruturas básicas, como água, energia, escolas e hospitais, ao mesmo tempo em que se regista uma crescente intolerância política.

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