LÍDER DA UNITA DIZ QUE TOMADA DE POSSE DE MANICO NA CNE FOI UMA “TRAIÇÃO A ESPERANÇA DO POVO”

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O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, entende que com a tomada de posse de Manuel Pereira da Silva “Manico, como novo presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), é uma “traição à esperança do povo”.

 ANA MENDES

“Mas o que se passou é a negação de tudo isso. Não se trata apenas de uma violação. Trata-se de uma traição à esperança do povo. Trata-se de ignorar a vontade popular”, disse o líder da UNITA numa reflexão na sua página de Facebook.

“Como Presidente da UNITA, sinto no mais íntimo de mim a dor de um povo que, mais uma vez, viu a sua voz desprezada”, acrescentou.

Na opinião de Adalberto Costa Júnior, a Comissão Nacional Eleitoral deve ser “símbolo de confiança, de imparcialidade e de justiça”.

Para o líder da UNITA “trata-se de minar, de forma premeditada, o pilar mais sagrado da democracia, eleições justas, transparentes e verdadeiramente representativas”.

“A UNITA, fiel aos seus princípios e à confiança que o povo nela deposita, rejeita qualquer tentativa de legalizar o que é ilegítimo. Não compactuamos com farsas institucionais nem com silêncios cúmplices”, referiu salientando que o principal partido da oposição não perdeu esperança.

“Angola é maior do que os seus obstáculos. E quando a legalidade é desrespeitada, a força da cidadania deve erguer-se. Este é o momento de unidade”, frisou.

“Aos jovens que sonham com um país mais justo, às mães que carregam o peso das dificuldades diárias, aos patriotas de todas as cores e convicções, digo-vos: não estamos sós. A história está do lado da verdade”, notou Adalberto Costa Júnior.

O presidente da UNITA acredita que “mais cedo ou mais tarde, sempre triunfa e história não perdoará os que traem a pátria em nome do poder”.

O líder do “Galo Negro”, garante que a história também exaltará os que, mesmo diante da injustiça, mantêm-se de pé em nome da verdade.

Refira-se que o Grupo Parlamentar da UNITA abandonou segunda-feira, 21, a cerimónia da tomada de posse do novo presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Manuel Pereira da Silva “Manico, considerando que o acto é ilegal.

A UNITA até aqui ainda não indicou os seus membros alegando que a nova composição da CNE é “ilegal” que atribui nove comissários para o MPLA, quatro para o principal partido da oposição e três para os partidos PRS, FNLA e PHA.

A CNE, órgão independente que organiza, executa, coordena e conduz os processos eleitorais, é composta por 17 membros, 16 dos quais designados pela Assembleia Nacional, por maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções.

O membro que preside ao órgão, à luz da Lei, deve ser um magistrado judicial escolhido em concurso curricular e designado pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial de Angola.

O mandato dos membros da CNE e seus órgãos é de cinco anos renováveis por igual período, que coincide com o tempo de duração de uma legislatura parlamentar.

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