O jornalista Pedro Manuel Neto, repórter e locutor da Rádio Ecclésia Ndalatando, denuncia ter sido alvo de intimidação por parte do Comandante Provincial da Polícia Nacional no Kwanza Norte,e seus efectivos enquanto realizava a cobertura de uma manifestação-relâmpago na cidade de Ndalatando.

ANNA COSTA

Segundo relato do próprio jornalista, os factos ocorreram por volta das 8h30 da manhã, no Município do Cazengo, quando no exercício das suas funções jornalísticas, foi interpelado por agentes policiais que exigiram a sua retirada do local da manifestação.

A situação agravou-se com a chegada do segundo comandante provincial da Polícia Nacional do Kwanza Norte, Fernando Luís João, conhecido por “Luisão”, que teria adoptado um tom arrogante e ameaçador, ordenando ao jornalista que desligasse o equipamento de gravação. Apesar das pressões, Pedro Neto recusou-se a ceder à coação e prosseguiu com a cobertura.

O profissional denuncia ainda um padrão contínuo de assédio e desvalorização dos media independentes na região.

 “Somos constantemente molestados. Frases como: ‘A vossa rádio bem à-toa!’, ‘Cuidado, és muito jovem!’, ‘Vocês fazem muito barulho!’, e até ameaças como: ‘Se continuarem assim, nunca terão emprego no Governo’, são recorrentes”, afirmou.

O jornalista apela às autoridades competentes para que intervenham no sentido de garantir o respeito pela liberdade de imprensa e pelo direito fundamental à informação.

“Solicitamos que sejam desencorajadas práticas intimidatórias e que se restabeleça o direito de informar e ser informado, pilares de qualquer Estado Democrático de Direito”, finalizou.