DENUNCIA PÚBLICA: ENSINO SUPERIOR NA LUNDA-NORTE DE PATAS NO AR

No âmbito de preenchimento de vagas na Universidade Lueji Ankonde, que foram disponibilizadas em 2024 para as carreiras de docência e investigação, observa-se uma situação preocupante que merece atenção e intervenção de todos, para salvarmos o ensino nessa Província. Após o último concurso público realizado, dois candidatos: Adão Mateus João Gomes, Ph.D. candidato a carreira de Professor Auxiliar, e Domingos João Tchimuhenguele, Mestre que se candidatou a na categoria de Assistente, ambos pertencentes à Faculdade de Direito da Lunda Norte e, lamentavelmente, foram (estão a ser) injustiçados e clamam.
1° Candidato: Adão Mateus João Gomes, Ph.D.
Adão Mateus João Gomes foi admitido para a prova pública com o despacho n° 051/2024, datado de 20 de Novembro. O corpo de júri que avaliou sua candidatura foi composto por seguintes figuras:
Presidente: Alfredo Armando Manuel (Reitor).
1° Vogal: Luzia Sebastião.
2° Vogal: Eduardo Sambo.
3° Vogal: Tiago Alcantra.
4° Vogal: Ovídeo Pahula.
5° Vogal: André Muenhe Mpiana(Vice Reitor para Área Científica e Pós Graduação).
Vogal Suplente: Gilberto Caimbo Nhongola (Vice Reitor para Área Académica e Vida Estudantil).
Secretário: Vanio Ambriz.
2° Candidato: Domingos João Tchimuhenguele, Mestre.
Domingos João Tchimuhenguele foi admitido para a prova pública com o despacho n° 047/2024, datado de 20 de Novembro. O corpo de júri que avaliou sua candidatura contou com os seguintes membros:
Presidente: André Muenhe Mpiana(Vice Reitor para Área Científica e Pós Graduação).
1° Vogal: Ovídeo Pahula.
2° Vogal: Kiombo Jean Marie(Decano da Faculdade de Economia).
Secretário: Vânio Ambriz.
Ambos os candidatos possuem qualificações e potencial para contribuir significativamente no Ensino Superior em Angola, na Lunda Norte em particular. No entanto, até presente momento, os candidatos acima mencionados não foram submetidos à prova pública, mesmo após serem oficialmente admitidos.

É importante destacar que todos os candidatos que foram admitidos para a prova pública já realizaram às provas e os apurados tomaram posse no dia 28 de Março do ano corrente. A Universidade ganhou as vagas necessárias; no entanto, estas (dos candidatos não submetidos á prova) permanecem não preenchidas. Essa inação não só prejudica os candidatos mencionados como também compromete o futuro do Ministério do Ensino Superior e/ou da Universidade Lueji Ankonde.
O fecho iminente do sistema poderá resultar na devolução das vagas ao Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, o que posteriormente levará-nos (académicos e população geral da Lunda Norte) à lamentações sobre a falta de professores qualificados e quadros competentes na Universidade. Essa situação é ainda mais alarmante quando se considera que há indícios de que o atual Reitor da Universidade, Alfredo Armando Manuel, Ph.D, está reservando essas vagas para indivíduos que estão se formando no exterior, especificamente em Portugal. Essa prática não apenas prejudica aqueles que já estão prontos e qualificados para contribuir no tão almejado desenvolvimento do Ensino Superior em Angola, mas também mina a confiança entre a instituição e população.
Chamo aqui um pelo à Justiça, Transparência e Legalidade.
Diante desse cenário, faço um apelo ao Ministério do Ensino Superior, da Justiça e dos Direitos Humanos, á Inspeção Geral de Administração do Estado, aos Serviços de Investigação Criminal e Serviço de Inteligência Nacional e Segurança de Estado. É fundamental garantir que todos os candidatos apurados recebam a oportunidade merecida de demonstrar suas capacidades em provas públicas, serem atribuídos os devidos que irão determinar á aprovação ou reprovação. O Ensino deve ser um espaço de igualdade e meritocracia, não de influências, amiguismo, familiarismo e favores.
Espero que essa situação seja resolvida com urgência para que a Universidade possa avançar na construção de um corpo docente forte e comprometido.
Sem mais nada de momento, recebam saudações revolucionárias e contestatárias.
Cambulo, 30 de Abril de 2025.
Por: António Chibuabua Martins, Activista Social.